"Concessão não é silêncio, é compromisso", dispara Kitty Lima em cobrança à Iguá na Alese

Foi realizada nesta terça-feira (15), na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), uma Sessão Especial para discutir o andamento dos serviços da Iguá Saneamento, empresa responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto no estado. A iniciativa partiu do deputado estadual Chico do Correio (PT).

Na sessão, parlamentares estaduais acompanharam os primeiros balanços da operação da concessionária em Sergipe. A Iguá destacou os investimentos feitos nos primeiros 100 dias e apresentou projeções futuras. Segundo o diretor-presidente da empresa, Fernando Vieira, já foram aplicados mais de R$ 100 milhões desde o início da operação plena, em maio deste ano.

“Estamos totalizando pouco mais de 60 dias do início da operação. Foram mais de R$ 100 milhões em valores aplicados nos primeiros dias. É fundamental, no exercício da transparência, trazer essas informações que são tão relevantes. A Casa tem o papel de ser a caixa de reverberação das reclamações da população. Onde for necessário, vamos escutar, praticar e evoluir”, declarou Vieira.

A empresa ainda reforçou que o contrato de concessão prevê mais de R$ 6 bilhões em investimentos ao longo dos 35 anos de operação, sendo R$ 3 bilhões só nos primeiros anos, com foco na ampliação da distribuição de água e na melhoria do esgotamento sanitário. A meta segue o que estabelece o Marco Legal do Saneamento, que prevê a universalização do acesso à água potável e esgoto tratado até 2033.

Mas a promessa de investimentos não impediu as cobranças — e uma das falas mais contundentes da sessão veio da deputada estadual Kitty Lima (Cidadania).

Ela reconheceu o histórico de abandono da infraestrutura de saneamento em Sergipe, mas foi enfática ao lembrar que justamente por isso a Iguá foi contratada: para resolver o que não foi feito antes.

“O povo confiou. O governo confiou. Agora é hora da empresa mostrar a que veio”, afirmou a parlamentar.

Kitty destacou que a população está cansada de esperar, e que a falta de água não é apenas uma questão de conforto — mas de direitos.

“A paciência do povo tem limite, especialmente quando o serviço não chega às casas, às escolas, às unidades de saúde. Quando a torneira seca, seca junto a dignidade. E isso a gente não pode aceitar como normal”, disparou.

A deputada, que é vice-líder do governo na Alese, reafirmou seu compromisso com a fiscalização do contrato e deixou claro que concessão não é carta branca para falhas.

“Concessão não é sinônimo de silêncio. É sinônimo de compromisso. E a população de Sergipe merece um serviço de excelência”, completou.

Outros parlamentares também destacaram as demandas das comunidades que representam e reforçaram a importância de um cronograma claro, transparente e eficiente para resolver os gargalos de saneamento no estado.

A Iguá, por sua vez, se comprometeu a manter o diálogo aberto com o Legislativo e com a população, reforçando que os investimentos em infraestrutura já estão em andamento.