Rota da Farinha: trilhas, cachoeira, serras e vales :: Por Carla Passos
Governo de Sergipe quer investir em infraestrutura e inserir a comunidade na atividade turística.

A região de Campo do Brito, Macambira e São Domingos já recebe turistas, mas tem pouca infraestrutura(Foto: Carla Passos)
Nas duas últimas edições da Coluna Passos Pelo Mundo nós mostramos a Serra da Miaba e a rota Caminhos Serra de Itabaiana. São dois destinos do agreste sergipano que fazem parte da Rota da Farinha que conta ainda com outros atrativos naturais já explorados por agências especializadas em trilhas e turismo de aventura.
O fato é que apesar de belíssimos atrativos, a rota que passa pelos municípios de Campo do Brito, Macambira e São Domingos tem pouca infraestrutura. O governo do estado anunciou que pretende investir para melhorar essa deficiência da região e ainda qualificar moradores, para que eles possam melhorar sua renda aproveitando o turismo local.

A intenção é qualificar a comunidade local para que se gere emprego e renda na região (Foto: Carla Passos)
O famoso tripé da Sustentabilidade é o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, preservação do meio ambiente e as questões sociais. De acordo com o Ministério do Turismo, o ecoturismo no Brasil se destaca a partir do movimento ambientalista quando os debates da conservação crescem e chegam ao turismo.
Esse segmento passa a se desenvolver e ganhar forças conforme cresce a discussão de um modelo de turismo mais responsável. Há alguns anos fiz uma pós-graduação na área e o tema da minha monografia foi Turismo Sustentável na Serra de Itabaiana. Na ocasião, observei que era uma região que carece de investimentos em infraestrutura.

Tripé da sustentabilidade: desenvolvimento econômico, preservação ambiental e questões sociais (Foto: Carla Passos)
Essa também é a opinião do guia de turismo Alex Moura, que costuma fazer trilhas na região. Ele acredita que a iniciativa do governo vai possibilitar a estrutura turística que ainda falta à localidade. “As belezas naturais são inúmeras na área e os moradores que vivem da agricultura familiar podem ser muito beneficiados”, afirma ele, que sempre faz questão de contratar guias locais quando faz seus roteiros e incentiva os visitantes a comprarem produtos à base de mandioca na região.
A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) quer viabilizar o destino o mais breve possível, para acompanhar as tendências de mercado no pós-pandemia, em que as pessoas estão buscando um maior contato com a natureza e o turismo de experiência.

Pós-pandemia, as pessoas estão buscando um maior contato com a natureza (Foto: Carla Passos)
A região tem mais de 600 casas de farinha por isso o nome da rota. O ponto de partida delas será uma casa de farinha em Itabaiana que vende diversos subprodutos como farinha de tapioca, bolos, bolachas de goma, polvilho, pé-de-moleque. Além disso, os turistas poderão continuar se aventurando nas trilhas, serras, vales, cachoeiras. A ideia, segundo o secretário de Estado do Turismo Sales Neto, é agregar passeios do ecoturismo, através da base comunitária e de experiência nessas localidades.
O prefeito de Campo do Brito, Marcell Souza, enxerga a possibilidade de desenvolvimento social além do turismo. Segundo ele, a intenção é viabilizar uma infraestrutura mais adequada para as necessidades da cooperativa dos produtores de farinha instalada no local há anos.

Mais estrutura para as necessidades da cooperativa dos produtores de farinha instalada no local há anos (Foto: Carla Passos)
Marcell é um entusiasta das belezas naturais da região e costuma fazer passeios nos arredores. Recentemente, publicou um vídeo nos Pilões da Ribeira, que fica em Itabaiana e possui belas cachoeiras.
De acordo com o prefeito, além das atrações da natureza, o visitante poderá ajudar a fazer a farinha, conhecer o processo de produção em um Museu que será construído, e provar os pratos que dela derivam.