Páscoa! Viva a Páscoa de Jesus! :: Por DOM João José Costa

DOM JO?O JOS? COSTA - ARCEBISPO METROPOLITANO DE ARACAJU (Foto: arquivo pessoal)
A Páscoa cristã tem suas bases iniciais na Páscoa judaica (Pessach ou Pesach, em hebraico), que significa “passagem”. Os judeus celebram a Pessach para lembrar a saída do povo escravizado no Egito e de volta a Israel. Simboliza a passagem da escravidão para a liberdade, cruzando o Mar Vermelho sob a condução do mensageiro de Deus naquela caminhada, ou seja, Moisés.
Como judeu que o era, Jesus também celebrava a Pessach, ou seja, a Páscoa. E Ele a celebrou pela última vez, em sua vida na Terra, ao lado dos seus doze apóstolos, ali em Jerusalém, onde acabaria traído por Judas, julgado sem um processo formal, condenado, sem ter cometido crime ou pecado algum, e morto na cruz.
Jesus morreu na cruz, a fim de que a Glória de Deus se manifestasse mais uma vez com a sua Ressurreição. O Filho de Deus ressuscitou para que Nele e por Ele nós também venhamos a ressuscitar. A morte não pôde aprisionar Jesus. A morte não poderia jamais aprisionar o Deus Único e Vivo. Jesus, como todos nós sabemos, é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. É Deus que se revela aos homens. A morte, pois, curva-se a Deus. Jesus ergue-se ao terceiro dia, como Ele havia preanunciado.
Na Igreja Católica há dois ciclos litúrgicos que servem de orientação na nossa caminhada de fé. São eles: o ciclo do Natal e o ciclo da Páscoa. O ciclo Pascal celebra de modo especial o itinerário da vida de Jesus no que diz respeito à sua Paixão, Morte (Quaresma) e Ressurreição (Páscoa).
Carregando a cruz até o Calvário, Jesus carrega consigo os pecados da humanidade. Assim, Ele vence o pecado e a morte. Jesus muda a história. A Páscoa nos traz uma oportunidade ímpar de vivenciarmos a nossa história nos passos de Jesus, que nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6).
Os exercícios quaresmais nos fazem assumir o compromisso de mudança e de conversão, no sentido de alcançarmos a Festa da Páscoa com o coração mais brando, voltado para melhor compreender as promessas do Cristo e para melhor viver o amor que Ele nos ensinou.
A luz do Círio Pascal nos ilumina. Jesus venceu a sombra da morte. O Tempo Pascal é de luz e não de trevas. Se, um dia, as trevas não compreenderam a Luz, agora a Luz dissipa todas as trevas. Jesus é a nossa Luz. Para sempre.
A Festa da Páscoa não deve ser celebrada em um dia, apenas. Ela deve ser celebrada todos os dias do ano, todos os dias de nossas vidas. Assim como o povo hebreu fez a travessia do Mar Vermelho, que, pelo poder de Deus, abriu as suas águas para a passagem do povo conduzido por Moisés, para nós a Páscoa há de ser sempre um sinal de passagem de uma vida antiga para uma vida nova e restaurada em Cristo Ressuscitado, que está no meio de nós: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei eu no meio deles” (Mt 18,20).
Acima, nós falamos no Ciclo Pascal ou Tempo Pascal. O que é, então, esse Tempo Pascal? Em sentido estrito, é o tempo que vai da quinta-feira Santa, dando início ao Tríduo Pascal, até o domingo de Pentecostes, Festa do Espírito Santo. Na celebração da Vigília Pascal abençoa-se o Fogo Novo e o Círio é aceso, que assim permanecerá durante todo este tempo em todas as igrejas, como expressão maior da Luz de Cristo, que ilumina as nossas vidas e brilha em todo o mundo.
Assim sendo, celebrar a Páscoa de Jesus Cristo, é proclamar a Boa Nova da Salvação. O sepulcro onde o corpo de Jesus foi sepultado está vazio, Jesus não ficou lá. Ressuscitou. Precisamos, verdadeiramente, meus irmãos e minhas irmãs, abrir o coração para que nele Jesus possa entrar e fazer a sua morada em nossas vidas, iluminando-nos e nos conduzindo a observar e a praticar os seus ensinamentos e ações.
Desejamos a todos os leitores e leitoras do Jornal da Cidade e, enfim, a todos os irmãos e irmãs da nossa querida Arquidiocese de Aracaju e da Província Eclesiástica de Sergipe, bem como a todas as pessoas de boa vontade, votos de uma Páscoa feliz, plena do amor do Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
DOM JOÃO JOSÉ COSTA - ARCEBISPO METROPOLITANO DE ARACAJU
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