A igreja entre um Leão, um Francisco e outro Leão
Fausto Leite*

Enquanto a fumaça branca dançava no céu romano anunciando o novo Papa, os sinos da Basílica de São Pedro repicavam com a pompa de sempre, entre tradição, tensão e teleobjetivas. Havia jornalistas de microfone em punho, velhinhas com o terço na mão e o ceticismo no olhar, curiosos com iPhones prontos pra selfie espiritual, e teólogos suspirando como se cada badalada fosse prelúdio de um novo concílio. O mundo parava. A Igreja prendia a respiração. E eu? No meio da praça, católico de prática e de crítica, entre um café e outro, talvez um vinho toscano, conversava com italianos reais, tentando captar algo mais profundo que a fumaça: o que sentem, esperam, ou já não esperam, de Leão XIV.
Eu estava lá. Em Roma. Comungando do momento e, claro, da dúvida também, porque fé que não duvida vira protocolo. Sim, sou católico. De batismo, de formação, de prática e de questionamento crônico. Estudei num colégio católico, daqueles onde a gente ouvia o Evangelho no alto-falante às sete da manhã como se fosse hino nacional alternativo. Tinha missa toda primeira sexta-feira do mês, procissão no pátio, reza do terço, sacrifício lido em público e, entre matemática e confissão, eu confesso: sempre fui melhor no terço do que na tabuada. Vou à missa. Rezo. Comungo. Creio.
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*Advogado