Aracaju (SE), 06 de maio de 2025
POR: Sheyla Morales
Fonte: Sheyla Morales
Em: 06/05/2025 às 09:17
Pub.: 06 de maio de 2025

UFS e UFBA impulsionam resgate musical em Igatu com o Projeto Arqueologia Musical de Igatu

O projeto é realizado pela Galeria Arte & Memória, patrocinado pela Fundação José Silveira e com o apoio da Promotoria Regional Especializada em Meio Ambiente  do Alto Paraguaçu do MPBA,  da UFS e UFBA

Projeto Arqueologia Musical de Igatu - Foto: Divulgação

No interior da Bahia, onde bandas filarmônicas mantêm viva a tradição musical, nasce o Projeto Arqueologia Musical de Igatu, focado na preservação e revitalização da cultura da região. Desde outubro do ano passado promove a catalogação, estudo e edição de partituras antigas, oficinas musicais, cursos de manutenção de instrumentos e concertos do Quarteto de Flautas da Bahia.

Um dos pilares do projeto é a recuperação de partituras da extinta Philarmônica Lyra Wanderley de Igatu, encontradas em acervos particulares. “A digitalização das mais de 600 partituras contribui tanto para a preservação deste material quanto possibilita a sua divulgação. O repertório conta com mais de 150 obras, incluindo dobrados, polcas, valsas, marchas, missas e canções”, celebrou o professor Lucas Robatto, coordenador do projeto ao lado dos professores João Liberato e do artista Marcos Zacaríades.

A análise dessas partituras permitiu a reconstrução de cerca de dez obras completas, algumas já executadas pela Filarmônica Lyra 28 de Abril de Andaraí. “As ações iniciais do projeto revelaram quão rica era a vida musical de Igatu no início do século XX. Este trabalho não apenas resgata a memória musical da região, mas também serve de estímulo para desenvolvimentos futuros”, destacou Robatto.

Além do resgate histórico, o projeto fortalece as práticas musicais da região com atividades como oficina de manutenção de instrumentos e aulas de musicalização. “Estas ações representam tanto a preservação da memória musical de Igatu quanto um enriquecimento para a vida cultural da comunidade e seus arredores”, complementou Robatto.

Objetivo e próximos passos

“O projeto se estende até agosto de 2025, e tem como objetivo catalogar e editar as partituras da Lyra Wanderley, além de qualificar os músicos locais por meio de oficinas de teoria e percepção musical, edição de partituras e a formação do Quarteto de Flautas de Igatu e do naipe de flautas da Filarmônica 28 de Abril. Assim, almejamos fortalecer essa importante tradição musical em Igatu e na região”, informou o professor João Liberato.

Projeto Arqueologia Musical de Igatu - Foto: Divulgação

Nos meses seguintes, as atividades incluirão visitas regulares de professores de música, promovendo oficinas colaborativas e encontros que conectam gerações e incentivam novos talentos. Em agosto, o projeto terá seu ponto alto com o tão aguardado concerto de encerramento do Quarteto de Flautas da Bahia, celebrando o sucesso das ações realizadas e reafirmando a música como peça central da vida cultural da Chapada Diamantina.

“O desfecho desse trabalho é o momento de conhecer e avaliar esse material e, consequentemente, devolvê-lo à população local com um aditivo de promover um retorno da musicalidade do que se ouvia em Igatu ainda nos primeiros anos do século passado. Isso só se tornou possível por conta da preservação dessa documentação, do uso de novas tecnologias e do comprometimento dos profissionais envolvidos, assim como da inserção dos moradores, sobretudo os jovens de Igatu nesse processo”, explicou o artista Marcos Zacaríades.

O projeto Arqueologia Musical de Igatu é realizado pela Galeria Arte & Memória, patrocinado pela Fundação José Silveira e com o apoio da Promotoria Regional Especializada em Meio Ambiente  do Alto Paraguaçu do MPBA,  da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Federal da Bahia. O projeto é coordenado pelos professores João Liberato (UFS), Lucas Robatto (UFBA), com a curadoria do artista  Marcos Zacaríades. A equipe conta com a participação dos discentes Rafael Dias (UFBA), Leandro Oliveira (UFBA), e Shéron Morales (UFS). A produção é da Teia de Impacto.

O Arqueologia Musical de Igatu terá diversos desdobramentos:

“Com o acesso a esse patrimônio restaurado, criaremos também, como resultado de toda essa cadeia de atividades, um corpo musical formado por pessoas de Igatu, numa correlação direta com esse processo de aprendizado da música e do fortalecimento da cultura das filarmônicas. Além disso, montaremos uma exposição de todo esse acervo para visitação pública, resgatando mais um elemento patrimonial que compõe esse panorama de evidências históricas deixadas pelos que construíram esse belo lugar”, concluiu Zacaríades.


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