Exposição Corpo-Mãe circula em Sergipe trazendo obras de artistas diversas sobre maternidade
Como parte integrante da 4ª edição da Mostra Maternidade Real, realizada com recursos da Lei Complementar Federal nº 195/2022 - Lei Paulo Gustavo, por meio do edital Nº 07/2023 - ILMA FONTES, executado pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe - FUNCAP/SE, a exposição Corpo-Mãe está circulando em cidades sergipanas para apresentar ao público uma experiência sensível e poderosa onde 6 artistas revelam seus olhares sobre o ser mãe na contemporaneidade.
A exposição foi lançada no último final de semana em Aracaju, na abertura da Mostra Maternidade Real, dia 03, e seguiu para o bairro Tijuquinha, em São Cristóvão, no dia seguinte, como parte integrante da programação do evento. A artista, pesquisadora e uma das curadoras da exposição Corpo-Mãe, Elisa Elsie, conta que a proposta surgiu a partir de uma das idealizadoras da Mostra Maternidade Real, a cineasta Manoela Veloso Passos, que sugeriu uma exposição com mulheres artistas trazendo a noção do corpo que as mulheres vivem depois de parir, com a inspiração da dissertação de mestrado de Elisa, cujo título é Corpo Mãe.
“Corpo Mãe é o nome da minha dissertação de mestrado que eu fiz na UFRN, no Rio Grande do Norte. E para mim é uma honra ter o nome desse trabalho intitulando a exposição. Para mim, a grande importância da exposição é que o público possa ter contato com obras de mulheres que, de alguma maneira, estão vivendo esse processo de maternidade, e que é um novo corpo. A partir do momento que você se torna mãe, você passa a habitar um novo corpo. E aí existe todo um deslocamento da nossa subjetividade, do nosso centro gravitacional, porque a gente deixa de ser um corpo só e passa a estar em constante contato com um outro corpo. E a arte é uma forma também de a gente elaborar o que seria esse novo corpo, o que é viver a partir desse novo corpo, e como a maternidade também influencia esse nosso senso de pertencer no mundo”, disse, Elisa Elsie.
A seleção foi feita a partir do tema e com o convite direcionado às artistas de diferentes segmentos e linguagens, que são mães e são atravessadas por esse processo de mudança. Seja por fotografia, aquarela, colagem, escultura, a partir da poética de cada artista, a exposição buscou trazer um pouco dessa experiência do que é ser mãe na contemporaneidade e seguirá ainda para a cidade de Lagarto, no dia 10 de maio, retornando para Aracaju no dia 17 de maio, na sede do Grupo Teatral Boca de Cena, no encerramento da etapa presencial da Mostra Maternidade Real.
Para a artista visual e designer Gabi Etinger, uma das expositoras, apresentar obras sobre maternidade para que o público possa compreender de algum modo os desafios em ser mãe é fundamental para ampliar cada vez mais a discussão. “Fiquei muito feliz com o convite, sou mãe de uma criança de 2 anos e desde a infância eu queria ser mãe, mas a maternidade foi algo muito diferente do que sonhei. Passei por um divórcio na gestação e os desafios só aumentaram, sobretudo em relação ao tempo, já que esse é um fator que muda drasticamente ao longo do processo, o tempo para si, o tempo dedicado ao outro, o tempo para o trabalho, e a minha obra traz um pouco sobre essa questão do amontoado de coisas que precisamos fazer em pouco tempo. Eu me sinto bem, me sinto realizada, me sinto cansada para caramba, quero dormir mais, mas tem a questão do tempo, e foi isso que quis trazer para o público”, concluiu a artista.
A exposição segue para a cidade de Lagarto no próximo sábado, dia 10, no Centro de Capoeira e Cultura Popular Flor de Juá, na Rua A, n.89, Jardim Campo Novo, a partir das 14h, e no dia 17 de maio, em Aracaju, também no mesmo horário, na sede do Grupo Teatral Boca de Cena, na Rua 4, n.64, Jardim Centenário. A exposição é gratuita e aberta ao público em geral.