Diabéticos atendidos pelo Ipesaúde recebem atendimento especializado
Enfermeiras recebem treinamento para atender e acolher os pacientes diabéticos com mais eficacia.

Diabéticos atendidos pelo Ipesaúde recebem atendimento especializado (Imagem: Ipesaúde)
O diabetes é uma doença crônica que muda completamente a rotina do paciente. Desde o uso de medicamentos diários, a necessidade de acompanhamento médico, até a forma de armazenamento dos materiais em casa. É que o diga Dona Normelita Cardoso, de 71 anos. Há pouco tempo, ela descobriu a doença e está ainda se habituando a nova rotina “ Tudo mudou na minha vida, é muito detalhe”, disse. Por isso, O Centro de Promoção a Saúde Luciano Barreto Júnior que é referencia no tratamento da doença, está realizando uma série de treinamentos com a equipe de enfermagem em parceria com o Nucleo de Endocrinologia de Sergipe. “ A educação é a base do tratamento do diabetes. Sem essa informação plena do que é a doença, de como vão se cuidar e ter uma melhor qualidade de vida”, explicou a endocrinologista Karla Rezende.
“ Os profissionais da enfermagem precisam entender o diabetes como uma doença crônica e como tal, precisa trabalhar com uma equipe multidisciplinar. Então as nossas capacitações vão acontecendo de acordo com essa demanda”, comentou a enfemeira Lena Ferreira, que comanda os treinamentos desde julho do ano passado. “ O diabetes é uma doença em nenhum profissional consegue trabalhar sozinho, nem o médico, nem o enfermeiro, nem o nutricionista. Um precisa do outro e no momento do atendimento, sem a necessidade de marcar uma outra consulta. O profissional precisa também ter a sensibilidade e acesso ao colega diante da necessidade”, diz.
O treinamento funciona com o grupo de estudos, para aquisição de conhecimento, também através de aulas práticas e a capacitações através de mapas.” Com esses mapas, nós fazemos uma espécie de “ roda de conversas' nas quais os profissionais expõem suas dúvidas e a partir delas, e do que está descirto no mapa, que é na verdade, o passo a passo da rotina do paciente, nós vamos aprimorando”, diz. A ideia é repassar todo esse conhecimento aos pacientes do Centro. “ Os mapas mostram desde situações corriqueiras, os desafios, prevenção, são simulações de casos e através disso, os enfermeiros podem repassar o que aprenderam aqui para os pacientes”, explicou a endocrinologista Karla Resende.
A aposentada Normelita Cardoso, citada no inicio da reportagem, participou do treinamento. Ela chegou ao Centro de Promoção a Saúde no inicio da manhã apresentando um quadro de hiperglicemia, ou seja, uma alta dose de glicose no sangue devido a baixa quantidade insulina. A partir de agora ela vai passar a tomar doses de insulina através de aplicações e não mais em comprimidos. A usuária recebeu ali as informações necessárias para esse novo procedimento junto com as enfermeiras. “ É muito importante isso, por exemplo, muita gente acredita que a insulina deva ser guardada na porta da geladeira, quando o natural é guardar na parte interna. Além disso, as pessoas acham que a aplicação através de injeção pode ser apenas no braço, mas não, há outras partes do corpo que podem receber a insulina” explicou a enfermeira Thais Dorea.
Os enfermeiros precisam também estar preparados para lidar com a resistência ao tratamento, que é comum em alguns casos e até pela falta de conhecimento e também em casos de urgência como foi o de Dona Normelita. “ Nosso centro está preparado para isso. Como os pacientes se sentem muito acolhidos aqui, é comum que eles quando se sentem mal, venham para cá. Temos uma sala específica para esses casos e aqui mesmo, com os nossos médicos e enfermeiros tentamos resolver. Quando a situação é mais grave, nós encaminhamos o paciente para o nosso SPA, acompanhado pelas nossas enfermeiras e assim que o atendimento acontece, a família segue neste acompanhado. Tudo isso é resultado dessa série de treinamentos que estamos realizando”, concluiu a coordenadora do Centro de Promoção a Saúde Luciano Barreto Junior, Cleia Dionisio.