Fórum do Jovem Aprendiz é o meio de entender e melhorar a realidade da economia :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha*

Após sete anos de espera, o tema da inserção de jovens no mercado de trabalho volta ao centro do debate público em Aracaju. O I Fórum Municipal do Jovem Aprendiz, realizado pela Prefeitura, marca não apenas o início de uma nova fase de articulação entre poder público, instituições e empresas, mas também o resgate de uma pauta que ficou engavetada por longo período: a efetivação da Lei Municipal do Jovem Aprendiz, aprovada há alguns anos e que ainda não havia saído do papel. A iniciativa da prefeita Emília Corrêa em tomar essa atitude de uma vez, diante de tanto tempo que a ideia ficou mofando nas gestões anteriores, mostra seu compromisso com a empregabilidade dos jovens e políticas sociais de desenvolvimento.
O evento surge como um espaço de diálogo e de reconstrução de estratégias, ao reunir especialistas, gestores e representantes do setor produtivo em torno de um objetivo comum: fortalecer as políticas de inclusão profissional da juventude aracajuana, especialmente em um contexto de transformação do mundo do trabalho. Em meio às palestras e rodas de conversa, o fórum busca identificar gargalos e propor caminhos para que mais jovens tenham acesso a oportunidades de emprego com formação técnica e acompanhamento social. A eficiência da atual direção da Fundat foi mais uma vez comprovada, ao levantar esse tema para ser trabalhado.
Nos últimos levantamentos do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e da PNAD Contínua (IBGE), a faixa etária entre 16 e 24 anos tem sido justamente a que mais conquista novas vagas no mercado formal. Esse avanço reflete tanto o esforço das empresas em promover renovação de quadros quanto o impacto positivo dos programas de aprendizagem profissional, que unem educação, prática e cidadania.
Nesse cenário, o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac tem papel central. Através de suas unidades de ensino profissionalizante, o Senac Sergipe se consolida como um dos principais agentes de qualificação do estado, oferecendo cursos gratuitos e de alta empregabilidade em parceria com o poder público e com o setor privado. Essa integração entre capacitação e oportunidade é o que dá sentido real às políticas de juventude: não basta abrir vagas, é preciso preparar o jovem para permanecer e crescer dentro delas.
A retomada da discussão sobre a Lei do Jovem Aprendiz, que determina cotas mínimas de contratação para empresas e estabelece mecanismos de acompanhamento, é outro ponto crucial. Além de ter impacto direto sobre o combate ao desemprego juvenil, a lei tem um forte valor social, pois promove cidadania, reduz vulnerabilidades e contribui para a construção de trajetórias profissionais mais estáveis e dignas.
O fórum, portanto, não é apenas um evento protocolar: é um chamado à ação. Depois de anos de inércia, a prefeita “chamou na grande” e determinou que é hora de transformar discursos em políticas públicas efetivas, capazes de conectar a juventude ao mundo do trabalho com dignidade, preparo e perspectiva de futuro. Aracaju tem potencial e instituições fortes para isso, basta que o poder público, o setor empresarial e a sociedade mantenham o compromisso de fazer a inclusão acontecer de verdade.
*Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva e MBA em Business Intelligence com experiência de 26 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.