O que o chefe de sanções do governo Trump, David Gamble, vem fazer no Brasil?
O governo dos Estados Unidos enviou uma delegação ao Brasil liderada por David Gamble, o chefe interino da coordenação de sanções internacionais do Departamento de Estado. Essa visita marca a primeira vez que um representante desse órgão visita o Brasil desde a retomada da presidência por Donald Trump em janeiro de 2025. Gamble e sua equipe têm como objetivo principal participar de reuniões bilaterais focadas no combate a organizações criminosas transnacionais, terrorismo e tráfico de drogas.
A Embaixada dos EUA no Brasil confirmou a visita, mas não divulgou detalhes sobre a agenda específica da comitiva, incluindo quantos integrantes a acompanham ou os órgãos brasileiros que irão se reunir com eles. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, que é responsável por questões de segurança no Brasil, terá uma reunião com a delegação na terça-feira, onde o foco será exclusivamente na segurança pública e no combate ao crime organizado.
Entretanto, há rumores e especulações sobre a possibilidade de que a comitiva discuta sanções direcionadas a Alexandre de Moraes, ministro do STF, que tem sido um alvo de críticas por parte de opositores do governo Lula, especialmente da família Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, insinuou que a visita de Gamble poderia estar ligada a sanções contra Moraes, que é visto como um adversário político na condução de processos contra Bolsonaro e outros membros de sua base.
Por outro lado, Flávio Bolsonaro, também da família Bolsonaro, teve uma reunião com um conselheiro do Departamento de Estado, mas negou que o assunto das sanções a Moraes tenha sido discutido, mencionando que a pauta girou em torno de ligações entre facções criminosas no Brasil e organizações terroristas.
A visita de Gamble ocorre em um contexto de tensões políticas entre os EUA e o Brasil, exacerbadas pelo recente anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros por parte de Trump, que elevou as exportações brasileiras para os EUA. Apesar das divergências, Lula parabenizou Trump pela vitória na eleição, mas até o momento não houve comunicação direta entre os dois líderes.
Além disso, a oposição política no Brasil, especialmente ligada ao ex-presidente Bolsonaro, está usando a visita de Gamble como uma oportunidade para pressionar por ações contra Moraes, o que pode aumentar ainda mais as tensões políticas internas e as relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos.
Resumo extraído, via IA, da BBC News Brasil, de Brasília.
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