Como saber se o curso de medicina é para você? Entenda os principais pontos

Cursar medicina exige mais do que dedicação aos estudos – exige também empatia, confiança, atualização constante e muito mais

Com alguns dos vestibulares mais concorridos do país, o curso de medicina é o sonho de muita gente. Seja pelo prestígio da profissão, pela ciência ou mesmo pelas remunerações acima da média brasileira, é certo que o curso atrai muitos jovens que almejam seguir carreira. Contudo, antes de mergulhar de vez no universo da medicina, é importante saber se essa é realmente a vontade pessoal.

Afinal, a medicina exige da pessoa um certo perfil. Como, por exemplo, ser um bom estudante ou ao menos gostar de estudar. O desafio já começa no próprio vestibular. A Fuvest, por exemplo, que é a porta de entrada para a Universidade de São Paulo, tem no seu vestibular de medicina um dos mais concorridos do Brasil, com cerca de 96,5 candidatos por vaga.

O gostar de estudar deve ser inerente ao candidato. Afinal, se atualizar é uma constante também para os médicos formados, algo feito por meio de muito estudo, leituras científicas, participação em simpósios, palestras, entre outros. Outra questão é que não basta estudar os 4 ou 5 anos da graduação e tudo estará resolvido: ainda há o processo de residência e especialização, sendo que cada um leva, geralmente, 2 anos.

Um raio-x da profissão no Brasil

A realidade é que faltam médicos no país. Ou, ao menos, a atuação desses profissionais não está bem distribuída. Ainda que nos últimos 20 anos o número de médicos tenha dobrado, ultrapassando a faixa de 570 mil profissionais, mais da metade deles está no Sudeste, segundo o estudo Demografia Médica no Brasil, realizado pelo Conselho Federal de Medicina.

Se por um lado 23% das capitais ficam com 53% dos médicos, os lugares afastados e mais interioranos sofrem com a escassez dessa mão de obra – o que leva a outro ponto, que é o desejo de ajudar. Quem deseja se formar médico deve procurar ajudar quem realmente precisa, ainda que não haja políticas públicas que levem profissionais aos rincões mais afastados do país. 

Contudo, o médico que for atuar nessas regiões, principalmente nas mais carentes, se deparará com baixa infraestrutura. Sendo assim, exames para um melhor diagnóstico nem sempre estarão disponíveis. Logo, o candidato deve ter a qualidade da confiança em si mesmo, no seu conhecimento e no seu julgamento, para conseguir tomar decisões mesmo na adversidade.

Exigências para a prática da medicina

Sendo assim, medicina é desafio. Mesmo que trabalhe em bons hospitais, os desafios se apresentarão. Pode ser na figura de plantões extensos, ou na de trabalho em feriados, finais de semana e demais datas comemorativas. Assim, o futuro médico deve ser desapegado de um horário de trabalho mais “convencional”.

E por ser um trabalho que lida com pessoas em situações muito delicadas, é preciso ter muita humanidade e compaixão, além de muito tato e inteligência emocional em todo atendimento.

Isso é algo que não se aprende na faculdade. Logo, o futuro médico deve ter isso consigo e a certeza firme de que dará seu melhor em todo atendimento.

O que esperar além do ciclo básico

No mais, o futuro médico precisará por volta de 8 anos de estudo para se formar. Isso inclui a especialização, que pode ser em uma das mais diversas áreas da medicina, como cardiologia, obstetrícia, ortopedia, pediatria, cirurgia geral, entre tantas outras. Cada especialização oferece um futuro diferente e formas distintas de abordar e praticar a medicina, além de exigir variados perfis de estudantes.

O currículo básico forma médicos generalistas. Uma vez terminado o curso, o estudante e futuro médico pode ainda se dedicar à pós-graduação, como mestrados e doutorados, tornando-se um docente. Sendo assim, a medicina é uma porta que leva a diversas oportunidades de carreira, desde que se cumpra suas exigências e que tenha o perfil que a profissão pede.