Empresas apertam os cintos: gastos com bebidas, sobremesas e cigarros estão entre os mais vetados
Em 2024, 41% das empresas adotaram alertas automáticos e 17% realizaram bloqueios imediatos para reforçar o controle de despesas e evitar reembolsos indevidos

Controlar os gastos corporativos é uma tarefa constante e desafiadora para as empresas. Um levantamento da Paytrack, plataforma especializada em gestão de despesas e viagens corporativas, aponta como as companhias brasileiras restringiram certas categorias de gastos em 2024, como parte de políticas internas mais rígidas.
A pesquisa analisou mais de 20 mil políticas de despesas e trouxe à tona os tipos de consumo que vêm sendo barrados. Segundo o estudo, os itens mais proibidos incluem bebidas alcoólicas, cigarros, sobremesas e guloseimas. Termos como “cerveja”, “chopp”, “gim”, “cigarro” e “sorvete” aparecem entre as palavras mais bloqueadas nas diretrizes de reembolso.
Curiosamente, produtos populares como chocolate e até café também estão em algumas listas de restrições, o que indica um esforço crescente por parte das empresas em filtrar gastos considerados supérfluos ou de difícil justificativa corporativa.
As medidas refletem uma tentativa de promover maior responsabilidade financeira entre os colaboradores e evitar despesas não essenciais que impactam os orçamentos. Segundo a pesquisa, 41% das políticas de despesas analisadas incluem alertas automáticos sobre não conformidade, enquanto 17% bloqueiam imediatamente gastos fora do padrão.
Gestão financeira: a importância de políticas claras
Ao impor limites específicos por categoria, localização ou tipo de despesa, as companhias conseguem não somente reduzir custos, mas alinhar os hábitos de consumo às estratégias de negócio. Isso é especialmente relevante em setores com alta movimentação de viagens corporativas, como tecnologia, saúde e petróleo.
A pesquisa também revela uma diversidade nos métodos de pagamento adotados. O reembolso ainda é a prática mais comum, presente em 67% das empresas, enquanto 33% preferem realizar adiantamentos.
Cartões corporativos seguem como os meios mais utilizados, com destaque para o cartão de crédito (37,16%) e os cartões de adiantamento (31,51%). Já o uso de dinheiro em espécie aparece em menor escala, com 18,72%.
ERP: integração como aliada do controle
Um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) ajuda na aplicação das políticas de despesas, gera um alerta em tempo real e consolida informações em um único sistema. Com isso, gestores têm acesso a relatórios detalhados sobre padrões de consumo, desvios de conduta e oportunidades de otimização.
Integrá-lo com áreas como contabilidade, RH e compras possibilita a coerência entre as dinâmicas internas e a prática cotidiana. A centralização dos dados proporcionada pelo ERP também permite ajustes rápidos nas regras, de acordo com novas diretrizes corporativas ou variações econômicas.