Carreira dos sonhos: profissionais priorizam equilíbrio, bem-estar e oportunidades de crescimento
Pesquisa mostra que qualidade de vida superou o salário como principal motivador, e empresas precisam adaptar práticas para atrair talentos

O conceito de “carreira dos sonhos” mudou de forma significativa em 2025. A pesquisa Workmonitor, realizada pela Randstad, revelou que, pela primeira vez em 22 anos, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional foi apontado como a principal prioridade para 83% dos trabalhadores, ultrapassando a remuneração, citada por 82%. O dado sinaliza que os profissionais buscam, cada vez mais, por ambientes saudáveis, flexibilidade e desenvolvimento.
Essa realidade acompanha uma tendência global de maior valorização do bem-estar e da cultura organizacional. No Brasil, o índice é ainda mais expressivo: 92% dos entrevistados apontaram tanto o equilíbrio quanto a remuneração como fatores decisivos para a motivação no trabalho. O cenário mostra que a retenção de talentos depende cada vez mais de estratégias de gestão que considerem as necessidades individuais dos colaboradores.
Bem-estar como centro das estratégias de RH
A pesquisa indica que 53% dos brasileiros já pediram demissão devido a ambientes tóxicos, contra a média global de 44%. A mensagem é clara: a saúde mental e a segurança psicológica passaram a ser critérios determinantes na escolha de uma carreira. Em um mercado competitivo, práticas de apoio emocional e programas de qualidade de vida são hoje diferenciais obrigatórios.
Outro ponto de destaque é a flexibilidade. Para 83% dos profissionais brasileiros, horários adaptáveis e modelos híbridos de trabalho são fatores essenciais para manter a motivação. A possibilidade de organizar a rotina de acordo com as demandas pessoais tem se mostrado um diferencial competitivo, sobretudo em grandes centros urbanos, em que o tempo gasto em deslocamentos impacta diretamente na produtividade e no bem-estar.
Desenvolvimento profissional, incentivos e valores alinhados
Oportunidades de aprendizado e capacitação ganharam relevância em 2025. Segundo o levantamento, 41% dos trabalhadores se demitiriam se não houvesse chance de crescimento, enquanto 44% rejeitariam propostas de emprego sem a perspectiva de adquirir competências relevantes para o futuro.
A preocupação com propósito também influencia as escolhas. Entre os brasileiros, 58% afirmaram que não aceitariam trabalhar em empresas cujos valores sociais ou ambientais estivessem desalinhados com os seus. Este recorte reforça o papel das organizações em demonstrar compromissos consistentes com práticas sustentáveis e inclusivas.
Além da cultura e das oportunidades de aprendizado, os benefícios tradicionais seguem como parte essencial na atração e retenção de talentos. Programas de saúde, apoio psicológico e incentivos à educação são valorizados. Dentro deste pacote, itens como vale-alimentação e refeição permanecem entre os mais mencionados positivamente, tanto pela praticidade quanto pelo impacto direto na qualidade de vida dos trabalhadores.
Uma nova definição de sucesso
O que antes se resumia a salários e estabilidade vem ganhando novas camadas a cada ano. A carreira dos sonhos passou a ser definida pelo conjunto de fatores que incluem saúde mental, propósito, flexibilidade e chances de crescimento. Para as empresas, o desafio está em conciliar estes elementos, reconhecendo que a motivação e o engajamento dos colaboradores dependem de muito mais do que a remuneração no fim do mês.