Fim de contratos da Petrobras movimenta mercado
Campos da Rodada Zero entraram em processo de devolução

A Petrobras optou por devolver à ANP mais de 50 campos da Rodada Zero que chegaram ao fim do contrato em 2025. As petroleiras independentes estão se movimentando, de olho em assumir o controle desses ativos.
- O programa de desinvestimentos da estatal chegou ao fim no governo Lula (PT), mas ainda há interesse entre as companhias menores em ampliar o portfólio no país, de olho nas oportunidades de produção remanescentes em áreas maduras.
O potencial é considerável: há campos em águas profundas e parte das áreas atingiu o pico de produção ao final da década passada.
- É o caso, por exemplo, dos campos de Lagosta e Merluza, em águas rasas na Bacia de Santos, que chegaram a produzir juntos mais de 3,5 mil barris de óleo equivalente por dia em 2019.
- Segundo fontes, há inclusive empresas que ainda não atuam no país e que veem esses ativos como uma oportunidade para estrear no Brasil.
A estatal tem concessões que tiveram o fim da fase de produção em 2025 nos estados do Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Amazonas, Bahia, além da Bacia de Campos.
- São os contratos da época da Lei do Petróleo e da criação da ANP, em 1998, que tinham previsão de 27 anos de duração, encerrados em 2025.
- Muitos destes contratos chegaram ao fim no mês de agosto. Entram, agora, em status de descomissionamento dentro da ANP.
- “É uma dupla situação: [essas áreas] não foram renovadas as concessões e estão incluídas no programa de descomissionamento. Então, esse é um desafio”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Márcio Félix, durante o energy talks de segunda (01/9). Assista na íntegra.
Há uma discussão nos bastidores entre a ANP, governos estaduais e a própria Petrobras para aproveitar os contratos atuais para a retomada da produção sob o controle de outras operadoras.
- O rito normal é a devolução seguida de relicitação nos leilões da oferta permanente.
- Outra opção, levada pelo governo de Sergipe, é rever o prazo limite para a devolução, dando mais tempo para negociações com o mercado.
- A ideia é acelerar a retomada de investimentos em ativos que estão hibernados.
Um dos principais desafios é o destino das áreas na Bacia de Campos, que acabaram sendo incluídas dentro do polígono do pré-sal e precisam ser recontratadas pelo modelo de partilha, menos atraente para áreas com acumulações menores.
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