Aracaju (SE), 25 de maio de 2025
POR: Jozailto Lima
Fonte: JLPOLÍTICA
Em: 13/07/2017 às 22:05
Pub.: 14 de julho de 2017

Lula, condenado a mártir :: Por Sílvio Santos

Sílvio Santos(*)

Presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Silvio Santos - (Foto: Ascom/FUNCAJU)

Presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Silvio Santos - (Foto: Ascom/FUNCAJU)

Há um Brasil que não suporta líderes populares. Aqueles a quem nos condicionamos a chamar de elite conservadora brasileira vão às últimas consequências para aniquilar todo aquele que se digne a lutar em favor do povo.

Não vou, de propósito, nominar aqui os mártires que ficaram na história como vítima daqueles a quem o jurista Raimundo Faoro chamava de “os donos do poder”, por defender as causas e as reivindicações populares.

Recentemente, o sociólogo e ex-presidente do Ipea, Jessé de Souza, que ultima preparativos para lançamento de seu livro “A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato”, concedeu uma entrevista à revista Carta Capital onde aborda o tema da formação da sociedade brasileira.

Segundo o professor Jessé, há um pacto antipopular histórico que vigora no Brasil desde a libertação dos escravos em 1888. Conta o sociólogo que a uma ínfima elite econômica se une uma classe que podemos chamar de média, detentora do conhecimento tido como legítimo e prestigioso.

Ela também compõe a casta de privilegiados. São juízes, jornalistas, professores universitários, etc. O capital econômico e o cultural serão as forças de reprodução do sistema no Brasil.

Os extratos médios, diz o sociólogo, defendem de forma acrítica os interesses dos donos do poder e perpetuam uma sociedade cruel forjada na escravidão.

Em outra ponta, continua o professor Jessé, temos uma classe trabalhadora precarizada, próxima dos herdeiros da escravidão, secularmente abandonados. Eles se reproduzem aos trancos e barrancos, formam uma espécie de família desestruturada, sem acesso à educação formal.

É majoritariamente negra, mas não só. Aos negros libertos, juntaram-se, mais tarde, os migrantes nordestinos. Essa classe desprotegida herda o ódio e o desprezo antes destinados aos escravos.

E pode ser identificada pela carência de acesso a serviços e direitos. Sua função na sociedade é vender a energia muscular, como animais. É, ao mesmo tempo, explorada e odiada.

É nesse contexto e nessa realidade estudada pelo sociólogo Jessé de Souza que vem a condenação do Lula por um juiz de primeira instância da Justiça Federal.

Num país onde os políticos flagrados pela polícia correndo com malas de dinheiro são exaltados por ministros do Supremo, condecorados e premiados com a liberdade, os donos do poder condena o Lula não porque provaram malfeitos.

O Lula foi condenado pela ousadia de liderar o povo e enfrentar a oligarquia para distribuir renda aos pobres pela primeira vez na história desse país.

(*) Jornalista, petista, ex-vice-prefeito de Aracaju e atualmente está na Presidência da Fundação Cultural Cidade de Aracaju – Funcaju.

Por Jozailto Lima - JLPolítica - 13 jul 2017, 22h05


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