Aracaju (SE), 19 de maio de 2025
POR: Laís Marques
Fonte: Asscom Unit
Em: 17/05/2025 às 08:31
Pub.: 19 de maio de 2025

Evento de comunicação promove integração entre universidade, mercado e inovação em tempos de IA

Na sua quarta edição, Midialogo sem Cortes liderado por estudantes da Unit, debateu criatividade, diversidade e os desafios trazidos pela inteligência artificial

Evento de comunicação promove integração entre universidade, mercado e inovação em tempos de IA - Foto: Divulgação

Num cenário de hiperconectividade, onde conteúdos são criados e consumidos de forma vertiginosa, entender como funcionam as mídias e seus reflexos sociais se tornou mais crucial do que nunca. As constantes inovações tecnológicas, como a Inteligência Artificial (IA), têm alterado radicalmente a maneira como as mensagens são desenvolvidas, veiculadas e interpretadas. Com isso, novos dilemas surgem: como manter a originalidade diante dos algoritmos? Qual é o papel do humano na criação de conteúdo? E como promover diversidade e inclusão nas histórias contadas pelas marcas?

Foi pensando nessas questões que o curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Tiradentes (Unit) organizou, nos dias 14 e 15 de maio, a quarta edição do Midiálogo sem Cortes, no Campus Farolândia da Unit. Gratuito e com acesso livre ao público, o evento reuniu estudantes, docentes, empresas, agências e veículos de mídia numa vivência prática e reflexiva sobre o setor da comunicação, centrada no tema: “Cr[IA]tividade e storytelling: Como viver o futuro do Marketing”.

Aprendizado baseado na experiência

Mais do que um simples encontro acadêmico, o Midiálogo funciona como uma verdadeira vivência do mercado para os alunos envolvidos. De acordo com o professor Mário Eugênio Lima, coordenador geral do evento, a ação faz parte da disciplina Laboratório de Planejamento de Mídia e é idealizada e executada integralmente pelos discentes.

“O protagonismo é totalmente deles. Desde o desenvolvimento da identidade visual, passando pela busca de patrocinadores, produção das campanhas, seleção dos palestrantes, até o planejamento de mídia. Tudo é feito pelos alunos. Isso torna a aprendizagem muito mais relevante, pois simula a dinâmica do mercado real”, explica o professor.

Além da prática, o evento serve como uma ponte direta com o ambiente profissional. “É uma excelente chance de fazer networking. Os estudantes acabam se conectando com palestrantes, marcas, apoiadores e patrocinadores. Há muitas pessoas envolvidas nesse processo. E, o mais importante, conseguimos trazer o mercado para dentro da universidade. Todos os palestrantes são nomes de peso, com forte presença no setor, o que dá aos alunos uma visão concreta da teoria que estudam em sala”, completa.

Protagonismo dos estudantes em destaque

Para Micheas Borges, aluno do 7º período de Publicidade e Propaganda e um dos organizadores da edição 2024, o objetivo era superar os resultados das edições anteriores. “Queríamos algo novo. Pela primeira vez, tivemos intérpretes de Libras, mais de 30 marcas parceiras com ações exclusivas e uma estrutura diferenciada para o credenciamento. Tudo isso foi resultado do nosso esforço em criar um evento que já nos prepara para o mercado de trabalho”, relata.

A definição do tema também passou por uma curadoria estratégica: os assuntos principais e complementares foram escolhidos de forma coletiva, buscando temas mais amplos e que fossem além da publicidade. “Nossa ideia era atrair jornalistas, influenciadores, criadores de conteúdo. Por isso, decidimos abordar inteligência artificial e storytelling com uma perspectiva regional, algo que fizesse sentido para todos os profissionais da comunicação”, explica.

O mercado presente na academia

Ao longo dos dois dias de programação, o evento contou com a presença de nomes de referência no setor, como Bruno Barros, Marcolino Joe, Adilson Antônio Corrêa Júnior, Eddie Azevedo, Marcell Veloso, Natália Santos e Ederson Dé Manoel. Essa participação permitiu uma rica troca entre a teoria e a prática, com debates que abrangeram desde o impacto da IA na criatividade até o valor da identidade regional nas estratégias narrativas.

Para a professora Talita Déda, coordenadora operacional dos cursos de Comunicação, a experiência tem um valor transformador. “É um projeto feito pelos alunos e pensado para eles. Ver esse protagonismo, a qualidade do resultado e o cuidado com cada detalhe é algo que nos orgulha muito. A cada nova edição, o nível aumenta, e isso mostra o quanto estão preparados para os desafios profissionais”, avalia.

Narrativas e valorização da cultura local

Na segunda noite de evento, os debates giraram em torno do storytelling com foco no Nordeste. O publicitário e secretário de Comunicação de Estância (SE), Marcell Veloso, destacou a força da região para a criação de histórias. “Costumo dizer que o nordestino é, por natureza, um grande contador de histórias. Falar sobre storytelling aqui é quase redundante. Esse talento é nato, e temos potencial para nos destacar. Mesmo com o avanço da IA, ela ainda interfere pouco na nossa comunicação, que é muito própria”, afirmou.

O valor das narrativas conectadas à vivência do público também foi enfatizado por Ederson Dé Manoel, Founder no Code School que ressaltou a cultura nordestina como um importante ativo de comunicação. “O Nordeste tem uma diversidade cultural imensa, que ainda é pouco explorada fora da região. Contar boas histórias é uma forma de levar essa cultura, de compartilhar conhecimento e entretenimento”, disse.

Segundo Ederson, a IA pode ser uma aliada nesse processo, tornando os conteúdos mais acessíveis e interessantes. Para ele, ignorar essas ferramentas é ficar para trás. “Existe o que queremos dizer e o que o outro entende. Por isso, é essencial sermos claros e sensíveis. A IA não substitui o ser humano, mas amplia nossas capacidades. É uma aliada poderosa na criação de mensagens eficazes”, reforça.

Criatividade, mercado e tecnologia em diálogo

A especialista em marketing digital, Natália Santos, líder de equipe na agência Trilha Propaganda, também pontuou que a IA deve ser vista como uma ferramenta de apoio, e não como substituta da criatividade humana. “A IA serve para facilitar processos, mas não substitui nossa capacidade de criação. A sensibilidade, o olhar artístico, a habilidade de interpretar e conectar ideias continuam sendo diferenciais humanos. E isso faz muita diferença, principalmente aqui no Nordeste, onde o toque humano é essencial”, destaca.

Ela ainda comentou sobre o papel dos profissionais mais experientes na orientação dos iniciantes sobre o uso estratégico da tecnologia. “Muitos estão apenas começando a lidar com isso agora, principalmente os mais jovens. Quem já tem mais tempo de mercado precisa ajudar, orientar, mostrar que a IA é uma aliada, mas que o trabalho criativo ainda depende de nós”, acrescenta.

Já o redator e roteirista da Trilha, Eddie Azevedo, ressaltou que cada marca apresenta uma necessidade distinta, e as soluções precisam ser personalizadas. “Não existe receita pronta na comunicação. Cada cliente tem uma demanda específica e isso exige uma abordagem única”, explicou. Para ele, o diferencial da Trilha está justamente em valorizar a cultura local. “O sergipano quer se reconhecer nas campanhas, se ver representado. E a gente tem buscado exatamente isso. Nossas campanhas têm essa cara da nossa terra”, afirma.

Sobre a IA nos processos criativos, Eddie trouxe uma perspectiva estratégica. “A IA ajuda, sim, mas precisamos saber até onde ela vai. Sempre digo que o storytelling é a visão macro. A IA aponta caminhos, mas se você não sabe onde quer chegar, não adianta. A direção da história precisa partir de você. A IA serve para otimizar, não para decidir por você”, complementa.

Vivências e aprendizado contínuo

Entre o público presente, o interesse pelo tema foi evidente. A estudante de Jornalismo, Rívia Rodrigues, compartilhou que se inscreveu movida pela curiosidade e se surpreendeu com a qualidade dos conteúdos. “Não conhecia muito sobre Inteligência Artificial. Vi nessa oportunidade uma chance real de aprender. Estou impressionada. Hoje sabemos que existem ferramentas como o ChatGPT que escrevem até melhor que a gente, às vezes. Quero entender como usar isso a meu favor”, disse.

O Midiálogo já chega à sua quarta edição consolidado como um dos principais eventos de comunicação da instituição. A programação teve adesão total, com vagas esgotadas ainda antes do início. Para ampliar o alcance do conteúdo, toda a programação foi transmitida ao vivo no YouTube, e as gravações seguem disponíveis no canal oficial da Unit.


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