Curta nordestino "O Ano da Serpente", de Bruno Vilela, é selecionado para o Festival Kinoforum, em São Paulo
Filme experimental será exibido na Mostra Limite e marca a estreia da atriz Fernanda Braga

O artista plástico Bruno Vilela leva para as telas, pela primeira vez, sua linguagem visual e narrativa marcada por forte influência cinematográfica. Seu curta-metragem de estreia, "O Ano da Serpente", foi selecionado para a Mostra Limite do Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Kinoforum, o maior evento do gênero na América Latina. Dedicada a produções experimentais, a mostra reúne 19 filmes, sendo 11 estrangeiros e oito brasileiros. A obra de Bruno será exibida no dia 21 de agosto, às 18h, na Cinemateca Brasileira; no dia 26, às 17h, no Centro Cultural São Paulo; e no dia 28, às 18h, no Museu da Imagem e do Som da referida cidade.
Produzido de forma totalmente independente, entre junho de 2024 e fevereiro deste ano, o curta foi filmado no Rio Negro, na Amazônia, e no ateliê de Bruno no Recife. A trama acompanha um viajante que, após encontrar uma caixa misteriosa com objetos enigmáticos, embarca em uma jornada pela floresta amazônica, onde sons e visões misteriosas se revelam como tentativas de comunicação da natureza. A Deusa Serpente, que surge em diferentes formas, o guia nesse transe místico. Para Bruno, a obra representa a fusão entre cinema e artes visuais: “Sempre pintei e sempre gostei de cinema. Em 2015, fiz uma residência em Lisboa voltada para a pintura, mas voltei com um livro escrito, que é a base para um longa”, explica o artista.
“Eu vi que tinha algo acontecendo nesse híbrido entre videoarte e cinema e decidi investir. Comecei a comprar os equipamentos e a estudar muito”, completa Bruno, que mesmo sem recursos reuniu suas habilidades em direção de arte, fotografia e operação de câmera para mergulhar no projeto. “Passei um ano estudando e filmando, fui para a Amazônia e comecei a filmar lá. O que começou como algo pequeno acabou crescendo.”
Reconexão com a ancestralidade
No elenco, "O Ano da Serpente" marca também a estreia de Fernanda Braga como atriz. Formada em Direito, mas apaixonada por atuação desde jovem, Fernanda estudou nos Estados Unidos em uma das principais escolas de interpretação do mundo, o Studio Baron Brown. Ela interpreta a Deusa Serpente e descreve o convite de Bruno como uma experiência transformadora: “Quando ele contou sobre o filme, fez todo sentido para mim. Era um papel que falava sobre ancestralidade, espiritualidade e reconexão. Foi algo místico e sagrado. Fiquei apreensiva quando recebi o convite, porque era importante honrar a personagem e a qualidade da obra de Bruno”.
Além do curta, o artista plástico prepara também o lançamento de uma revista, prevista para novembro. A publicação terá 117 páginas, com tiragem de 500 exemplares distribuídos nacionalmente, metade deles dedicada à produção de "O Ano da Serpente". A revista será lançada na Galeria Marco Zero, no Recife, e contará com um QR Code que dará acesso ao filme. Tanto o curta quanto a publicação não contam com financiamento público, mas têm o apoio da Galeria Marco Zero, da LOC Audiovisual e da Trilogia Bio.
Ficha técnica de O Ano da Serpente:
Direção, roteiro e fotografia
- Bruno Vilela
- Deusa Serpente
- Fernanda Braga
Narração
- Tavinho Teixeira
Mãos do narrador
- Heitor Dutra
Montagem
- Caio Sales
Trilha sonora e Produção de áudio
- Cássio Sales - Criatório estúdio
Apoio com as Serpentes
- Trilogiabio - Biólogo responsável: André Malta
Consultoria técnica
- Gabriel Laprovitera
- Márcio Vilela
Edição e Mixagem de som
- Paulo Umbelino
Still
- Marcela Dias