Feira do Caju reúne empreendedoras sergipanas e celebra encerramento de mais uma turma do programa de formação do Inovase
A Feira do Caju movimentou o Caju Hub, no Espaço J. Inácio, na Orla da Atalaia, em Aracaju, na quinta-feira, 5, com uma programação voltada ao fortalecimento do empreendedorismo feminino e da economia criativa. O evento marcou o encerramento da segunda turma e o início da terceira do programa Espaço Empreender Pra Frente, promovido pelo Instituto de Inovação de Sergipe (Inovase).
A iniciativa oferece formação gratuita em empreendedorismo para mulheres em situação de vulnerabilidade social, com foco em artesãs e criadoras de produtos autorais. Em quatro meses, cerca de 80 mulheres já passaram pelo curso, que tem duração de um mês e combina capacitação, incentivo à autonomia financeira e oportunidades de mercado.
A feira contou com exposição e venda de produtos desenvolvidos pelas participantes do programa, como crochês, roupas, acessórios, artigos infantis e peças de design criativo. Para muitas expositoras, o evento representou a primeira experiência prática de comercialização após o curso.
“O curso foi de grande importância para mim. Me ajudou a desenvolver minha arte e a comercializar minhas peças com mais segurança”, disse Maria Rocha da Silva, artesã e costureira. Já Vilma Pilar, que trabalha com uniformes escolares e apresentou na feira suas “naninhas” infantis, destacou o acolhimento recebido durante o processo formativo. “O curso foi maravilhoso. A professora Gabriela foi uma mãezona para todos nós”, afirmou.
A programação da feira também incluiu a palestra “Mulheres que Transformam”, mediada por Gabriela Rezende, gestora de Inovação do Inovase. O bate-papo reuniu empreendedoras que compartilharam vivências e inspirações com o público. Rafaela Castro, fundadora da marca Severinas, falou sobre sua trajetória como mulher periférica e empreendedora. “Compartilhei minha caminhada para mostrar que é possível começar com o que se tem. Capacitação é essencial para que a mulher alcance sua autonomia financeira e emocional”, ressaltou.
Jéssica Lessa, da marca autoral OBS, também participou da conversa. Ela destacou o impacto social do próprio negócio e a importância de políticas de fomento. “A gente sempre trabalha com matéria-prima local e remunera dignamente as mulheres envolvidas na produção. É fundamental que existam iniciativas como essa, que abrem portas e tornam acessíveis ferramentas que antes eram distantes para mulheres como nós”, afirmou.
Já a fundadora da Sou Todas Fit, Luciana Almeida, ressaltou a importância da representatividade e do compartilhamento de experiências reais. “Eu sou fruto de formações como essa. Estar aqui como palestrante, dividindo minhas dificuldades e superações, foi muito simbólico. É difícil, mas vale a pena empreender, principalmente quando há apoio”, disse.
Além de impulsionar a geração de renda, a feira é vista pelas participantes como uma ferramenta para ampliar redes de apoio e dar visibilidade ao empreendedorismo local. A jornalista Sonia Santiago, que também é empreendedora, visitou o evento e elogiou a iniciativa. “É importante essas reflexões, principalmente sobre temas tão específicos, como as políticas fiscais. Que elas sejam mais justas com quem está começando. Hoje, pagamos os mesmos impostos de grandes empresas, o que é desproporcional e desestimulante”, afirmou.
Para Gabriela Rezende, o programa é uma resposta concreta às desigualdades enfrentadas por mulheres que desejam empreender: “Estamos encerrando mais uma turma e iniciando outra, com quase 80 mulheres formadas em quatro meses. A Feira do Caju é mais do que uma vitrine: ela fortalece negócios e gera impacto direto na economia local, com foco em inovação, criatividade e protagonismo feminino”, destacou.
A Feira do Caju, que foi aberta ao público, destacou-se como uma iniciativa que representa mais do que um evento, mas uma celebração do trabalho, da potência e da autonomia das mulheres que transformam suas histórias por meio do empreendedorismo.