Rótulos: informações que são importantes para a saúde

Cerca de metade da população tem o hábito de ler as informações dos rótulos (Foto: SES/SE)
Ele faz parte de uma parcela da população brasileira que lê os rótulos dos alimentos no momento da compra. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha, 52% dos brasileiros leem os ingredientes, a tabela nutricional e a data de validade dos produtos. Desse número, apenas 35% dos entrevistados entendem as informações que estão nas embalagens, apesar de nem sempre conseguir explicar o que as informações significam na prática.
Para Davi Amoroso, a maior dificuldade na compreensão dos rótulos é a falta de informações claras e objetivas sobre os produtos que podem causar alergia. “Além disso, as informações são muito pequenas e muito escondidas. Fica difícil encontrar cada uma delas nas embalagens, principalmente em produtos pequenos”, disse o funcionário público. Ele conta ainda que, por precaução, evita consumir alimentos sem saber a origem.
Situação semelhante vive a professora de inglês Cris Abreu. Dois dos três filhos nasceram com alergia a lactose e soja. Ela conta que a maior dificuldade está nos nomes que são colocados nas embalagens. “A nomenclatura é o mais difícil. Há mais de um nome para os derivados do mesmo produto, e é muito nome diferente. A gente tem que andar com uma lista pra não deixar passar nada”, explicou Cris.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde junho do ano passado as empresas de produtos alimentícios e de cosméticos são obrigadas por lei a exibir quais as substâncias existentes que podem causar alergia. Para Silvio Almeida, coordenador da Anvisa em Sergipe, o órgão está atuando na melhoria da disponibilização dessas informações. “Ainda existe muito que ser feito. Estamos em constante trabalho junto às empresas para que as informações estejam mais claras para o consumidor”, disse o coordenador.
Silvio Almeida também destacou que a Anvisa trabalha na regulação das normas que especificam a melhor forma de repassar a informação para o consumidor final. “Estamos sempre desenvolvendo melhorias principalmente para os consumidores que são alérgicos a algumas substâncias. No entanto, as Vigilâncias Sanitárias do Estado e dos Municípios atuam em parceria conosco na fiscalização dos produtos, para que, caso haja alguma inconformidade, a empresa seja notificada”, ressaltou Silvio Almeida, coordenador da Anvisa em Sergipe.
Diferente de algumas pessoas, a aposentada Maria Aparecida Santos não tem o hábito de ler as informações nos rótulos dos produtos. “Dificilmente eu olho o que está escrito. Na maioria das vezes eu esqueço de olhar até a data de validade. Já cheguei a comprar produtos com a validade vencida por não olhar direito estas informações”. Ela reconhece que o hábito pode trazer consequências para o organismo. “Esqueço de olhar os produtos e sei que existem substâncias como o açúcar e o sódio, que em excesso, podem fazer muito mal par a saúde”, disse a aposentada.
Para a nutricionista Amanda Souza, criar o hábito de ler o rótulo das embalagens pode evitar o consumo de substâncias que possam fazer mal à saúde. “Principalmente as pessoas que têm alguma doença como diabetes ou hipertensão e alergias alimentares devem ficar atentas aos ingredientes de cada alimento. Quanto menos ingredientes o produto tiver, menos processado ele é, ou seja, mais “natural”. Além disso, é importante observar sempre a tabela nutricional para saber o quanto se ingere de carboidrato ou gordura, por exemplo, para evitar consumir esses nutrientes em excesso”, explica a nutricionista.
Ela explica que não é preciso exagerar nas precauções para que o bom hábito se torne uma compulsão. “É importante observar e estar atento a tudo que comemos, mas é preciso entender que tudo existe um limite. Cada pessoa deve seguir uma rotina como acredita ser melhor ou de acordo com o profissional de nutrição, caso tenha acompanhamento. Se passarmos a ter hábitos saudáveis, iremos consumir alimentos mais naturais e menos processados, ou seja, iremos descascar mais e desembalar menos! Consequentemente teremos uma vida com mais saúde”, afirmou Amanda Souza.