Aracaju (SE), 01 de maio de 2025
POR: Sayonara Moreno
Fonte: Agência Brasil
Em: 21/12/2016 às 17:03
Pub.: 21 de dezembro de 2016

Urina preta: Doença misteriosa causa queda de 70% na venda de peixes em Salvador

A hipótese de que o consumo de peixe vem causando uma doença misteriosa em Salvador provocou uma redução de quase 70% nas vendas de pescado, principalmente no litoral Norte, região de praias famosas e bem freqüentadas neste verão.

A informação é da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia (Fapesba), que emitiu, hoje (21), uma nota onde “condena o boato” de que a causa da doença é o pescado em geral.

Segundo o presidente da Fapesba, Raimundo Costa, os boatos alimentam o pânico na população, que deixa de consumir peixes e causa impacto na renda dos trabalhadores que têm a pesca como fonte de renda, sobretudo, no período da alta estação, que começa agora em dezembro.

“Nós já estamos passando por uma crise financeira nacional, e essa informação em plena véspera de Natal, Ano Novo, chegada do verão e o fluxo de turismo aumentando, impacta qualquer comércio ligado ao pescado. Isso interferiu na economia dos trabalhadores e na economia do estado também, sobretudo, de Salvador”, argumenta.

Dores musculares e febre
Até ontem (20), a Secretaria de Saúde da Bahia havia notificado 22 pessoas com fortes dores musculares, sem relatos de dores de cabeça ou febre e com identificação de urina preta , além de insuficiência renal em alguns pacientes.

A Fapesba destacou, na nota de hoje, que os casos registrados estão sendo investigados pelo Laboratório de Virologia da Universidade Federal da Bahia, que identificou a presença de vírus nas amostras de sangue dos pacientes.

O pesquisador do laboratório, Gúbio Soares, disse à  Agência Brasil que as causas dos sintomas devem ser confirmadas até o fim do ano. Ele opinou que a associação da doença ao consumo de peixes é precoce, argumento utilizado, também, pela Fapesb.

Ao fim da nota, a Federação dos Pescadores diz que a população é advertida sobre o consumo de peixes, que não apresentam riscos comprovados, quando manuseados e conservados de forma higiênica e adequada. O texto reitera a importância de se comer peixes e acrescenta que “sua vulnerabilidade à contaminação é a mesma de qualquer outro alimento”.
Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil  Edição: Kleber Sampaio

 

Doença que causa dores musculares preocupa médicos da Bahia


Uma doença que causa fortes dores musculares preocupa as autoridades de saúde da Bahia, sobretudo, em Salvador e no litoral Norte. A Secretaria de Saúde (Sesab) divulgou um alerta epidemiológico às unidades de atendimento em saúde e aos profissionais da área.

Segundo o documento, a doença é uma “possível variação de mialgia epidêmica”, que causa “fortes dores na região cervical, região do trapézio, seguidas de dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e panturrilhas”.

Médicos da secretaria registraram até hoje (20), 22 pacientes com sintomas semelhantes. Outro sintoma que chama atenção é a cor da urina - parecida com refrigerante de cola, pela cor escura -, em alguns casos. Além disso, alguns pacientes são da mesma família, o que levou a Sesab a sugerir que a transmissão pode ocorrer por “contato ou gotículas”.

A Sesab foi procurada pela Agência Brasil para indicar um médico infectologista que tenha atendido pacientes com a doença, para que ele fale sobre os sintomas e como é feito o tratamento. No entanto, a secretaria alegou que não indicaria um profissional para falar, porque “os casos ainda estão sendo investigados pelos órgãos competentes”.

Causas não confirmadas
Na busca de uma causa para o surto, populares e especialistas levantam a hipótese de peixe contaminado como possível causa da doença que não apresenta dor de cabeça e febre como sintomas, o que foi considerado porque, de acordo com a Secretaria de Saúde, 14 dos 22 pacientes relataram ter comido peixe, enquanto que os demais não recordam ou não comeram.

Para que as causas sejam confirmadas, o alerta emitido pela Sesab recomenda aos profissionais de saúde que recolham amostras de sangue dos pacientes com os sintomas descritos para que sejam avaliadas em laboratório. Nos casos que já foram notificados, algumas amostras estão sob avaliação do Laboratório de Virologia, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia.

Indícios de vírus nas amostras
Um dos responsáveis pela análise laboratorial é o pesquisador Gúbio Soares, que relata ter encontrado indícios de um vírus nas amostras, o que ainda precisa ser mapeado e comprovado.

“A hipótese que eu defendo é a de um vírus e não essa que muitos levantam que pode ser um peixe intoxicado. Esses vírus se transmitem por via oral, por alimentos contaminados, como peixe, alface ou qualquer outra coisa. Não é necessariamente o peixe. As pessoas falam sem saber, por dedução, e nenhum peixe foi capturado ou examinado para que essa hipótese fosse considerada. Só há especulações e eu não considero o peixe contaminado como principal hipótese”, disse Soares.

Ele lembra que o vírus, cujos vestígios foram encontrados nas amostras, já causou surto de doença em outros países como Japão, França, Dinamarca. A partir de conversas com médicos que atenderam pacientes com os sintomas, o pesquisador informou que foram relatados aumentos de determinada enzima, dores comuns da doença e urina escura.

“Os médicos reportaram que os sintomas são muito parecidos e ninguém pode deixar isso de lado. Deve-se procurar atendimento e não tomar antiinflamatórios, para evitar o agravamento da situação”, finaliza o pesquisador, que espera o resultado das análises até o fim do ano.
Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil - 20/12/2016 18h52 - Edição: Kleber Sampaio


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