Sergipe é o segundo estado no lançamento da Terapêutica com Polvo em bebês com microcefalia

Sergipe é o segundo estado no lançamento da Terapêutica com Polvo em bebês com microcefalia (Foto: Ascom/SES)
“Hoje já posso ver resultados em minha filha. Ela já está com a coluna mais firme, já consegue ficar um pouco sentada e também já consegue beber água mais facilmente. Tudo isso me deixa muito feliz, pois sei que ela vai ficar ainda melhor”, disse a dona de casa.
Vanessa é uma das mães dos 42 bebês cadastrados e atendidos no ambulatório, que é referência para tratamento de crianças com microcefalia. A grande novidade na vida desses bebês, que possuem até dois anos de idade, é a aplicação da terapêutica com polvo, brinquedo colorido feito de crochê. A terapêutica tem origem na Dinamarca e foi implantada no follow-up da MNSL na última segunda-feira, 23. A técnica já é realidade no Estado de Pernambuco e em Sergipe contempla bebês com microcefalia atendidos no ambulatório da própria Maternidade, vindos do interior do Estado.
Segundo a coordenadora do ambulatório follow-up, Thereza Azevedo, a cada sessão da terapêutica com polvo, uma equipe multidisciplinar formada por pediatras, geneticista, neurologistas, fonoaudiologistas, fisioterapeutas, grupos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais auxiliam na promoção de estímulos para o desenvolvimento neuro motor dessas crianças.
“A intenção de usar o polvo é desenvolver todos os aspectos que envolvem a sensação do tato compressão e de proteção, aspectos relevantes no tratamento desses bebês. O polvo é utilizado na estimulação com texturas de cores, visto que crianças com microcefalia têm dificuldade para perceber texturas diferentes. Há também a possibilidade de estimulação das capacidades visuais e de resolução de dificuldades respiratórias (espasmos)”, declarou Thereza.
Segundo a coordenadora, o polvo é um brinquedo de fácil adaptação no dia a dia das crianças.
“Prova disso é que alguns procedimentos realizados nas mesmas, quando assistidas no follow-up, são possíveis com a presença do polvo, mesmo quando há maior distanciamento das mães. No momento da implantação da terapêutica, cada bebê recebeu seu polvinho para que as atividades também façam parte do ambiente doméstico das respectivas famílias. Quando retornam ao follow-up, os bebês trazem consigo o brinquedo e, partir daí, a equipe multidisciplinar avalia o apego e a noção de distância adquirida pela criança quando manuseiam o acessório“, ressaltou a coordenadora.
Um gesto de amor
Após assistir uma reportagem na televisão sobre a terapêutica com polvo, a contabilista Lourdes Tavares ficou comovida com as histórias e resolveu ajudar. Procurou a coordenação da maternidade e fez uma doação que vai garantir a melhora dos bebês.
“Como sei fazer crochê, percebi que poderia ajudar assim que vi a reportagem. Fui até a maternidade e me coloquei à disposição para contribuir na cura destas crianças. Hoje estou muito feliz e emocionada ao ver todos os bebês com um polvinho nos braços. Sei que eles estão felizes e isso só me faz querer ajudar ainda mais. Fiz 46 brinquedos até agora, mas espero fazer muito mais”, disse emocionada Lourdes Tavares.
Com os tratamentos realizados pela MNSL, a mãe de Saulo, de um ano e oito meses, a dona de casa Andreia de Jesus, já começa a fazer planos para um futuro próximo. “Nós somos muito bem atendidos pelos profissionais aqui da maternidade. Venho aqui duas ou até três vezes por semana, e meu filho melhorou bastante desde que ele iniciou o tratamento. Tenho certeza que com essa nova terapia, a melhora dele vai avançar ainda mais e, no futuro, certamente, ele será mais saudável, poderá brincar e viver com mais conforto”, disse a mãe.