João Daniel defende reforma polÃtica a partir de uma Constituinte exclusiva
Deputado João Daniel (Foto: Márcio Garcez)
O deputado federal João Daniel (PT/SE) voltou a reafirmar, hoje, dia 30, que uma verdadeira reforma política somente poderá ser feita a partir de uma Constituinte exclusiva. Para ele, somente isso – um parlamento eleito apenas com a finalidade de realizar uma verdadeira reforma política - poderá definir novas leis e normas para que o poder econômico deixe de ser o mandachuva no Parlamento brasileiro.
Em discurso feito na sessão da Câmara desta terça-feira, o deputado João Daniel afirmou que a presidenta Dilma Rousseff mostrou, mais uma vez, o que o Brasil já sabia. “A história brasileira vai registrar a capacidade, a firmeza e a coerência da presidenta Dilma ao desmontar, uma a uma, as perguntas e denúncias”, disse. Na avaliação do parlamentar, a votação no Senado, que deve ocorrer ainda nesta terça, entrando na madrugada de quarta, não é pela retirada do mandato da presidenta Dilma, mas, sim, pela retirada de direitos e de conquistas da classe trabalhadora brasileira.
O deputado João Daniel disse que qualquer senador que votar a favor do impedimento da presidenta Dilma está dando um voto manifesto a favor do golpe parlamentar que está sendo gestado no país. Ele ressaltou que o discurso da presidenta foi uma peça histórica que servirá, independentemente do resultado que o processo apresente, como uma exaltação à democracia. “Esse discurso foi uma demonstração inequívoca de que a base da democracia, no presidencialismo, é o respeito aos votos que lhes foram dados de forma livre e soberana e também pelos mais de 100 milhões de votos de todos os cidadãos e cidadãs do país”, afirmou.
João Daniel acrescentou que alguns senadores querem dar legalidade ao golpe argumentando que o processo no Senado está sendo conduzido pelo presidente do Supremo ou de que a presidenta comparecendo está dando provas da sua lisura. “A forma é diferente da que a ditadura Civil Militar usou, que nos levou ao obscurantismo por 20 anos, uma vez que o golpe parlamentar exige esta sistematização de formalidade. Mas, com certeza, embora a forma esteja sendo seguida, a votação pelo impedimento sem crime é a consolidação de um golpe”, afirmou.
Em seu discurso, o deputado João Daniel disse ainda que tinha esperança de que os senadores fizessem uma reflexão e não votassem no que não fosse verdade, no que está sendo denunciado pelo mundo afora como um golpe institucional. “O Senado votar aquilo que a Câmara votou, aí, sim, será a legalidade de um golpe a partir da Câmara e do Senado. Mas as ruas e o povo brasileiro estarão atentos para que não percam seus direitos”, frisou João Daniel, ao parabenizar todas as mulheres brasileiras que lutaram em nome da presidenta Dilma.