Quando o ano acaba, mas a violência não tira férias :: Por Bia Muniz
Este é o texto que eu não queria escrever em 2025. Nenhuma jornalista quer. Mas o jornalismo sério não escolhe conforto, escolhe responsabilidade. Escrevo com dor, com indignação e com luto. Em Aracaju, quatro mulheres tiveram suas vidas arrancadas pela violência misógina em poucos dias. Quatro mortes que não cabem em retrospectiva, nem em balanço de fim de ano. Estamos encerrando o ano. As pessoas fazem listas, promessas, dietas imaginárias e brindes otimistas. Enquanto isso, em Sergipe, mulheres estão sendo enterradas. Sem metáfora. Sem exagero. Literalmente enterradas.
Treze mulheres assassinadas por feminicídio em 2025. Treze. Não é um número. É um retrato. É um atestado de falência coletiva. É o Estado chegando atrasado, a sociedade fingindo surpresa e o agressor agindo com a tranquilidade de quem sabe que, historicamente, quase nada acontece. Em apenas três dias, quatro mulheres foram mortas. Quatro. Isso não é uma “onda”. É um colapso. É o tipo de dado que deveria suspender agendas, discursos protocolares e selfies institucionais. Mas seguimos. Sempre seguimos.
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