Aracaju (SE), 16 de setembro de 2025
POR: Débora Nepomuceno Marques
Fonte: Alese
Em: 16/09/2025 às 12:40
Pub.: 16 de setembro de 2025

Chico do Correio alerta sobre fragilidade das adutoras em Sergipe

Deputado Chico do Correio - Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese

O deputado Chico do Correio (PT) usou a Tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta terça-feira (16), para reforçar a necessidade de ações preventivas na rede de abastecimento de água do Estado, diante dos recentes rompimentos de adutoras.

“Já sabemos que temos um tema muito importante para ser tratado, que é a água. Venho trazendo essa discussão desde fevereiro de 2023. É preciso reconhecer a rapidez com que o Governo e a empresa Iguá agiram para restabelecer o serviço em menos de 48 horas, mas não podemos esquecer que esse é um problema crônico, que afeta todo o Estado”, destacou.

O parlamentar lembrou que comunidades do sertão chegam a passar meses sem acesso regular à água e defendeu medidas permanentes. “Eu já disse desde 2023 que o sertanejo sofre, porque há lugares em que a população passa 30 dias, seis meses ou até um ano sem água. Agora, o que precisa não são medidas corretivas, mas sim prevenção. Nós temos redes enterradas há mais de 40 anos sem manutenção, e só quando um acidente acontece é que todos se alertam”, pontuou.

Chico do Correio citou casos em municípios como Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora Aparecida, onde adutoras antigas já romperam por problemas com ferrugem e falta de estrutura adequada. Para ele, a situação exige planejamento de longo prazo. “O que aconteceu em Aracaju pode acontecer em outros lugares. A verdade é que, se a empresa fechar os vazamentos, as adutoras mais antigas vão sofrer novos rompimentos, porque a força da água é muito grande. É melhor prevenir do que remediar, como a gente diz no sertão”, afirmou.

O deputado comparou a necessidade de renovação da rede hídrica com a recuperação de rodovias deterioradas. “Não adianta ficar tapando buraco em estrada esburacada. Ou se faz uma rodovia nova ou o risco de acidentes continuará. O mesmo vale para as adutoras. Elas foram feitas nos anos 60, 70, 80 e 90, e já não suportam a demanda atual. É um alerta que precisa ser levado a sério”, ressaltou.

Apesar das críticas, Chico do Correio reconheceu os esforços recentes do Estado. “Graças a Deus e ao apoio do Governo, da Iguá e da prefeitura de Aracaju, o problema foi resolvido em menos de 48 horas. Mas temos que ser solidários com a população e, ao mesmo tempo, ter consciência de que o envelhecimento dessas redes continuará trazendo dificuldades se não houver uma ação definitiva”, concluiu.

A Parte

O deputado Georgeo Passos (Cidadania) avaliou a atuação da concessionária Iguá durante a recente crise no abastecimento de água em Aracaju e cobrou mais transparência sobre os investimentos da antiga Deso. “O que deu a impressão é que a Iguá não estava 100% preparada para lidar com um momento tão grave. No dia a dia, a colocação de água pode ser mais fácil, mas quando a cidade fica dividida em rodízio — zona norte 12 horas, zona sul 12 horas — é preciso ter equipe no campo atuando. Pelo que percebi, houve certa lentidão, e só aceleraram de fato quando os carros-pipas da prefeitura entraram nos bairros. Além disso, é preciso esclarecer o que foi feito com os quase R$ 400 milhões recebidos com a venda da Deso. Quais melhorias, prevenções e manutenções foram realizadas nas principais adutoras? Essa Casa precisa ter essa resposta. O que fica de lição é que já deveríamos ter um plano emergencial pronto para ser executado de imediato, porque rompimentos como esse podem se repetir, e precisamos estar preparados”, afirmou.

O vice-presidente da Alese, deputado Garibalde Mendonça (PDT), ressaltou a responsabilidade da Deso na condução da água bruta até a estação de tratamento, destacou a atuação rápida da companhia diante do rompimento da adutora e também relatou informações recebidas da Iguá sobre o abastecimento emergencial. “A adutora é de responsabilidade da Deso, que leva a água bruta até a estação de tratamento, e depois passa a ser competência da Iguá. Antigamente, a Deso tinha uma equipe de vistoria que acompanhava toda a tubulação, mas não sei como ficou esse processo após a transição. Diante do que aconteceu, temos que parabenizar os técnicos e engenheiros da Deso, que trabalharam em tempo recorde, mesmo com a dificuldade de reparar uma tubulação sobre os pilares, afetada pelas fortes chuvas. Também recebi informações da Iguá de que alguns condomínios estavam buscando água por conta própria, o que coloca em risco a saúde, já que somente Deso e Iguá podem fornecer água tratada. A empresa informou que ampliou a frota de caminhões-pipa para atender os condomínios, sem cobrança extra, e que as manobras realizadas permitiram manter a distribuição ativa, mesmo com volume reduzido. Houve ainda a ativação de uma adutora paralela pela Deso, garantindo que a água chegasse à estação de tratamento e, posteriormente, à rede de distribuição de Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Socorro”, explicou.

O deputado Luizão Donatrampi (União) chamou atenção para os constantes rompimentos nas adutoras e defendeu a substituição das tubulações antigas. “O que vem acontecendo é muito rompimento da rede, tanto na parte geral quanto nas adutoras mais grossas. Acredito que esses problemas estão relacionados ao reforço da rede, que está batendo de frente com tubulações antigas, algumas ainda de amianto, com 40 ou 50 anos enterradas. A tendência é romper sempre porque não aguentam a pressão da água. Com a diminuição dos desvios clandestinos, a pressão aumentou e as redes velhas não suportam. Por isso, é preciso que a Iguá tome providências e faça a troca dessas tubulações, senão os rompimentos vão continuar. Já vimos problemas em Itabaiana, e se não houver substituição por canos reforçados, a situação se repetirá. O lado positivo é que temos observado obras da empresa em diversos municípios, como Itabaiana, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória, o que dá esperança de que a situação seja restabelecida e a população tenha o abastecimento garantido”, afirmou.


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