Aracaju (SE), 07 de maio de 2025
POR: Thiers Gonçalves de Santana Neto
Fonte: Thiers Gonçalves de Santana Neto
Em: 30/03/2020
Pub.: 30 de março de 2020

O discurso mais coerente sempre será, "vida em primeiro lugar" :: Por Thiers Gonçalves de Santana Neto

Reflexões sobre a COVID-19

Por Thiers Gonçalves de Santana Neto*

Recolher a sociedade aflita, ansiosa, receosa a letalidade do vírus atendendo a ordem de isolamento coletivo ou permitir aos vulneráveis economicamente, ambulantes, trabalhadores informais, pequenos autônomos e comerciários ter o direito a ir às ruas lutar pra ganhar seu ganha pão?

Eis a discussão que aflige a sociedade, as redes sociais e grupos familiares!

O discurso mais coerente sempre será, "vida em primeiro lugar".

A sociedade se sente ameaçada, mensagens e noticiários informam em tempo real mortes, atualizam quantidade de infectados no mundo inteiro. A sensação é de que uma nuvem se aproxima e a qualquer momento vai te pegar.

Um vírus que era noticiado de baixa letalidade, passou a deixar aflito o mundo. A velocidade de contágio em virtude da resistência do novo coronavírus permite que objetos transmitam  a COVID-19, o que incrementa o números de pessoas infectadas e por consequência o número de mortos, em especial idosos e portadores de comorbidades associadas.

Viver isolado aguardando que pelo menos 50% dos brasileiros sejam infectados me parece a decisão mais sensata. Mas chegamos a quase 5 mil, seriam necessários ultrapassar 100 milhões!

Sou servidor público, posso aguardar 30 dias, contracheque já foi lançado...com data prevista de pagamento.

Mas, quem vive na informalidade, o que fazer? O feirante que tem sua mercadoria perecendo! O vendedor de picolé, de pipoca, de biscoito, o baleiro, algodão doce, sapateiro, pedinte de rua, representante comercial, vendedores que vivem de metas, temporários e o aposentado que se vira pra completar renda pra comprar seu remédios, ajudar no sustento de netos de filhos desempregados, etc!?

E você que luta pra ficar sentado no sofá aguardando passar a quarentena, com wifi, ar condicionado, tv smart, smartphone, Ifood e bebida, tem um carro pra vender ou deixar de tomar gin, whisky 12 anos, cerveja puro malte , frequentar bares e restaurantes se sente confortável em achar absurdo pessoas que precisam trabalhar?! Gente que vive em condições precárias, em cubículos de 1 cômodo, sem ventilação, com filhos, local que cumula geladeira e fogão,  aguardar uma quarentena, quando precisa matar um leão por dia para dar o que comer aos filhos ou aos pais enfermos sem aposentadoria?

Sei que todos tem amor ao próximo, esteja preocupado com a morte causada pelo vírus, mas também não se sinta ofendido quando alguém se sente sensível a esta grande parcela da sociedade que vive assolada por enfermidades e está acostumada a sobreviver a selva do mundo atual, morte decorrente de violência e outras doenças raras nas maiores castas sociais, atingindo altos indícios de mortalidade sem paralisação do mundo buscando solução. Esse mesmo povo sofrido convive com perdas por febre amarela, dengue, H1N1, sarampo e outras doenças até então extintas em países mais evoluídos.

Minhas palavras não visam atingir A ou B, não tem interesse de comerciante ou empresário, só busca refletir:

Enquanto você pode achar a pessoa que acha que a atividade econômica não pode parar, seja mesquinha, abjeta ou monstruosa, muitos que defendem o isolamento vertical podem estar sensíveis , enxergando essa população que supera em muito 40 milhões de brasileiros, enquanto você pode não ter dado conta que condenar quem pensa assim, é não ter empatia a quem mais precisa e mata um leão por dia para sobreviver!  

Liberou sua babá? A diarista? O porteiro , zelador ou faxineiro de seu prédio? Lembrem que não praticam atividade essencial! Eles estão se arriscando em transporte coletivo, motoboy ou Uber. Sua cabeleireira, manicure...Tudo é passível de contaminação!

Não há lado certo, devemos todos exigir soluções críveis, concretas, pedir isolamento de quem pode se isolar e cobrar dos governantes que viabilize isolamento dos grupo vulneráveis. Que tal o estado financiar estada de idosos em locais dignos? poderia inclusive ajudar os hotéis e pousadas parados, impedidos de  funcionar, bancando hospedagens, postergando pagamento de FGTS de trabalhadores, impostos, concedendo empréstimos a baixo custo, etc! Não seria mais viável que distribuir voucher corona aos jovens em atividade?

O instinto de sobrevivência aflora e cada um sob a sua óptica enxerga o que acaba sendo mais conveniente!

*Funcionário público - thiersneto@yahoo.com.br


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