Aracaju participa da COP 30 com agenda de reflorestamento dos manguezais e educação ambiental
Buscando consolidar a capital sergipana como referência nacional em sustentabilidade e adaptação para as mudanças climáticas, a Prefeitura de Aracaju participa da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP 30), que acontece em Belém, a partir desta segunda-feira, 10, até o dia 21 de novembro.
Na ocasião, líderes de todos os continentes estarão reunidos para debater e assumir novos compromissos em torno de uma agenda global climática, visando solucionar crises.
Primeira cidade do mundo a aderir à iniciativa global voltada à proteção e restauração de 15 milhões de hectares de manguezais, Aracaju participa da COP 30 com o objetivo de liderar um protocolo de proteção das áreas de mangue, reduzir a degradação, promover o reflorestamento e a educação ambiental.
Para a secretária do Meio Ambiente de Aracaju, Emília Golzio, a COP 30 é o momento ideal para engajar governos locais e a população num esforço coletivo de proteção deste ecossistema.
"As cidades estão na linha de frente dos impactos das mudanças do clima, mas também são espaços de soluções. Nesse sentido, compartilhar experiências num ambiente de discussão global e aprender com outras gestões é fundamental para que Aracaju continue avançando em uma agenda sustentável e em políticas públicas de adaptação", destacou.
Pioneirismo no reflorestamento
Ecossistema costeiro que faz parte da paisagem natural e da identidade cultural de Aracaju, os manguezais são ricos em biodiversidade e vitais para o enfrentamento às mudanças climáticas.
Diante da relevância ecológica dos mangues, a Prefeitura de Aracaju tem se empenhado em desenvolver soluções baseadas na natureza que possam auxiliar na recuperação de áreas degradadas, engajar a comunidade nos cuidados e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Uma das iniciativas neste sentido é o projeto ‘Aju é Mangue', voltado à recuperação, proteção e manejo do ecossistemas de manguezal em áreas urbanas por meio de uma tecnologia inédita para produção de mudas de três espécies de mangue em ambiente controlado.
"O ‘Aju é Mangue' é um grande plano de ação voltado a restauração dos manguezais da nossa cidade. O projeto envolve diversas frentes como como reflorestamento, educação ambiental e engajamento popular", explicou Pedro Menezes, gestor de projetos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
O projeto teve seu primeiro reconhecimento nacional em agosto, ao fazer parte da programação do painel "Governo e Sustentabilidade", no Connected Smart Cities, em São Paulo, maior evento de inovação e sustentabilidade do país.
Resultados parciais
O primeiro plantio experimental do projeto aconteceu em julho, no bairro Lamarão, na Zona Norte, quando a equipe técnica do Horto Municipal de Aracaju plantou 100 mudas de Mangue Vermelho. A espécie, que geralmente é encontrada na parte mais frontal do manguezal, em contato com a água, caracteriza-se por suas raízes-escoras que servem para dar sustentação à árvore e para absorver oxigênio.
Dois meses após o plantio, a Sema realizou o monitoramento a fim de avaliar a adaptação das mudas, visto que elas foram produzidas em um ambiente controlado e transplantadas na natureza. Esse monitoramento trouxe resultados extremamente positivos: a taxa de sobrevivência das mudas foi de 94%, ou seja, das 100 mudas plantadas, apenas seis não sobreviveram.
Em outubro, motivados pelo resultado animador, os técnicos do Horto realizaram a segunda ação de plantio de mangue. Dessa vez, o teste se deu com a espécie de Mangue Branco, e o manguezal escolhido foi o do bairro Coroa do Meio, na Zona Sul da capital. Mais 100 mudas foram plantadas e estão sendo monitoradas para avaliar a taxa de sobrevivência da espécie.
Os resultados preliminares serão transformados em um estudo base para o desenvolvimento do primeiro Protocolo Municipal de Produção de Mudas de Mangue, permitindo, assim, que o modelo aracajuano de reflorestamento de manguezal possa ser replicado em outras cidades.