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Aracaju (SE), 26 de agosto de 2025
POR: Grace Melo
Fonte: Assessoria
Em: 25/08/2025 às 20:27
Pub.: 26 de agosto de 2025

Um novo tempo para a arte em Sergipe

Aimée Resende - Foto: Acervo pessoal

Quando se pensa em investimento, normalmente são os números, gráficos e percentuais que primeiramente saltam em nossa tela mental.  O provável investidor faz avaliação de riscos, define estratégias de curto, médio ou longo prazo. Renda fixa, variável, bolsa, ouro, criptomoedas? É uma área que se ancora em números e metas, quase alheia às sutilezas da criação artística. Por isso, pode soar improvável imaginar esse território de emoção, identidade e beleza, compartilhando o mesmo espaço de planejamento e rentabilidade. 

Mas o improvável ganhou forma em terra de cajueiros dos papagaios.  Artistas, colecionadores e investidores dividiram, pela segunda vez este ano, o mesmo ambiente durante a realização da II Semana de Artes da Wert Investimentos. Com exposição da artista plástica Aimée Resende, intitulada “Quem é Você, em Movimento”, e curadoria de Lucas Iglesias, o evento transcende o objetivo inicial dos organizadores em promover a cultura e os artistas locais, evidenciando também a compreensão profunda de que arte não é apenas decoração ou luxuoso ornamento, mas pode - e deve - ser encarada como patrimônio, ativo de valor e estratégia de futuro.

Ao longo dos próximos dois meses, a Wert convida o sergipano a visitar as obras da jovem artista que, neste projeto, escolheu o preto e branco como território de investigação estética, revelando que a ausência de cor pode ser, paradoxalmente, o espaço mais fértil para o espectador se enxergar. Suas linhas e contrastes dançam uma coreografia silenciosa, onde cada traço pulsa como se quisesse reter o instante da transformação. Ao renunciar ao cromatismo, Aimée coloca o espectador diante da essência: o jogo entre luz e sombra, presença e vazio, permanência e passagem. 

Durante o encontro, Lucas Iglesias fez aos presentes a promessa de um sonho ousado: a de promover bimestralmente o que ele chama de “painéis itinerantes” para promoção e valorização da cultura local e dos artistas sergipanos. O impacto desses encontros vai muito além das paredes da Wert - paredes estas, repletas de obras dos mais variados artistas -  sinalizando uma mudança de paradigma: em vez de esperar que a arte sergipana busque espaço em centros hegemônicos como no eixo Rio-São Paulo, cria-se uma plataforma interna de valorização, legitimação e circulação em seu próprio lugar de nascedouro. 

Se o mercado financeiro busca previsibilidade, a arte flui no território do imponderável. Mas é justamente nessa contradição que nasce sua força como ativo: obras que resistem ao tempo, que desafiam crises, que guardam valor esquivando-se da volatilidade dos gráficos. Para os que investem em arte, as telas são muito mais que pigmento: são um pedaço de memória coletiva, uma âncora simbólica que desafia a lógica fria do capital. A Wert, ao trazer esse modelo para Aracaju, sinaliza um novo tempo para a arte em Sergipe, plantando em solo fértil sergipano a ideia de que arte também é reserva de valor.


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