O poder da experiência: como conselheiros seniores moldam o futuro das empresas
Em tempos de mudanças aceleradas, a experiência nos conselhos consultivos se destaca como diferencial competitivo.
Empresas que valorizam essa bagagem constroem decisões mais sólidas e sustentáveis.
E é justamente neste ponto que a experiência nos conselhos consultivos se torna um ativo estratégico.
Afinal, quando os conselhos são compostos por profissionais com senioridade executiva, visão de longo prazo e um repertório consistente de vivências, os resultados tendem a ser mais assertivos, especialmente em momentos de tomada de decisão estratégica.
Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, auxiliando e orientando empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos, Carlos Moreira aborda sobre o valor da experiência nos conselhos consultivos.
Mais do que conselhos: o que a riqueza de vivências traz para a mesa?
Na prática, o conselho consultivo atua como um espaço qualificado de análise, aconselhamento e direcionamento. Ele orienta os sócios e líderes da empresa com base em sua expertise e repertório.
E quando falo em repertório, não me refiro apenas a tempo de mercado, mas sim à capacidade de conectar aprendizados, contextos e experiências para antecipar riscos, “ler” tendências e propor caminhos sustentáveis para o negócio.
A senioridade executiva, nesse contexto, permite algo que só o tempo entrega: visão sistêmica, equilíbrio emocional e segurança para decisões complexas.
Dados mostram: a presença de conselheiros experientes está crescendo
O estudo da Fundação Dom Cabral apontou outro recorte relevante no âmbito das empresas familiares: 52% delas preferem o modelo de conselho consultivo como estrutura de governança.
Esse dado reforça a tendência de profissionalização da gestão em empresas que buscam longevidade e equilíbrio estratégico, principalmente diante dos desafios impostos pelas mudanças de geração e complexidade dos negócios.
Diante desse cenário, o perfil mais buscado para compor esses conselhos é justamente o de executivos seniores e empresários com vivência prática e resultados comprovados.
Recentemente destaquei em um dos meus artigos sobre o crescimento da implantação de conselhos consultivos não apenas entre as grandes organizações, mas entre empresas familiares e médias empresas em processo de transição, expansão ou sucessão.
Importância e benefícios da atuação de conselheiros seniores
Conselheiros com alta bagagem executiva não apenas analisam dados e indicadores: eles compreendem o contexto por trás dos números.
Sabem, por exemplo, quando uma retração de mercado exige ajuste de rota ou quando é preciso manter o curso mesmo diante da volatilidade.
Além disso, a experiência contribui diretamente para:
- Mitigação de riscos estratégicos;
- Mediação de conflitos societários ou familiares;
- Leitura de cenários macroeconômicos com maior acurácia;
- Tomadas de decisão menos impulsivas e mais embasadas.
A tomada de decisão estratégica, aliás, é um dos maiores diferenciais competitivos das empresas que contam com conselheiros experientes.
É comum, por exemplo, que empresários busquem conselhos em momentos críticos, como: sucessão, fusões, expansão ou reestruturação.
Nessas situações, a presença de quem “já passou por isso” traz confiança, clareza e ponderação.
Etarismo: um obstáculo silencioso à boa governança
Embora não seja o foco deste artigo, é importante mencionar que o mercado corporativo ainda impõe barreiras implícitas à valorização da senioridade.
A valorização do novo tem impulsionado avanços importantes no mercado. No entanto, essa cultura, quando levada ao extremo, pode acabar desconsiderando o papel insubstituível da experiência na tomada de decisões estratégicas.
Não se trata de opor gerações, até porque maturidade profissional e visão de negócio não são exclusividades da idade.
O que defendo é a importância de conselhos consultivos mais diversos, que integrem diferentes perfis e contem também com profissionais seniores, principalmente aqueles com 50 anos ou mais, que acumulam repertório valioso para contribuir com profundidade, equilíbrio e visão sistêmica.
Experiência nos conselhos consultivos: ponte entre gerações e estratégia
Em muitas situações, a presença de conselheiros experientes também atua como elo entre o passado e o futuro da organização.
Isso é particularmente verdadeiro em empresas familiares, que buscam alinhar os valores fundadores com a necessidade de se reinventar.
Como publicado pela Exame, o papel do conselheiro consultivo é, também, o de “ajudar o fundador a expandir sua influência sem estar necessariamente no dia a dia da operação”.
Essa influência é positiva quando vem carregada de escuta, bom senso e capacidade de construção coletiva.
Ainda há empresas que buscam montar um conselho consultivo apenas para “cumprir tabela”, sem entender seu verdadeiro papel estratégico.
Nestes casos, não é raro que escolham nomes com pouca conexão com o negócio ou que tenham apenas prestígio de mercado, sem repertório aplicável.
A escolha de conselheiros deve ir além do networking: é uma decisão estratégica. Ter pessoas que sabem o que fazer quando as planilhas não respondem às dúvidas é uma vantagem inestimável. E isso só se conquista com vivência.
O que buscar em um conselheiro consultivo?
Ao considerar montar ou expandir um conselho consultivo, vale a pena priorizar conselheiros que reúnam três pilares fundamentais:
Experiência prática comprovada
Executivos que já enfrentaram ciclos de crise, crescimento, reestruturações e processos de sucessão trazem à mesa o que não se aprende apenas nos cursos ou nos livros.
Capacidade de síntese e orientação
A função do conselheiro consultivo não é operar, mas ajudar a pensar. Para isso, é preciso clareza, objetividade e uma escuta ativa e analítica.
Postura ética e visão de longo prazo
A confiança no conselheiro depende, sobretudo, de sua conduta. Conselhos eficazes são aqueles que pensam no legado da empresa, e não apenas no resultado do próximo trimestre.
Conhecimento aplicado como pilar da governança eficiente
Não há substituto para a experiência quando o tema é a tomada de decisão estratégica.
E à medida que mais empresas percebem a importância do conselho consultivo como ferramenta de governança e sustentabilidade, cresce também o reconhecimento da senioridade executiva como valor.
Executivos experientes, com vivência em diferentes contextos e capacidade de construir pontes entre gerações, se tornam indispensáveis nesse novo cenário de negócios.
Quer levar sua empresa para outro patamar de maturidade e visão estratégica?
A experiência nos conselhos consultivos é um ativo que transforma decisões em legados.
Em um conselho verdadeiramente diverso, a senioridade deve ser reconhecida como o que ela é: um diferencial valioso para decisões mais equilibradas, realistas e sustentáveis.
Carlos Moreira - Há mais de 37 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria), CCO (Diretor Comercial e de Marketing). e Conselheiro Administrativo.