Criadoras da Beleza: quando a influência digital fortalece o empreendedorismo feminino :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha*
O anúncio do programa Criadores da Beleza, lançado pela Natura e Avon, é muito mais do que uma iniciativa de marketing ou de capacitação digital. É um passo concreto na consolidação de um modelo de negócio que alia inclusão produtiva, fortalecimento do empreendedorismo feminino e compromisso com uma economia socioambientalmente sustentável.
O movimento de profissionalizar 1,6 milhão de Consultoras de Beleza, transformando-as em verdadeiras criadoras de conteúdo digital, abre uma frente poderosa para que mulheres de diferentes origens tenham acesso a ferramentas de geração de renda, reconhecimento e protagonismo. Em um país marcado pela desigualdade de gênero no mercado de trabalho, iniciativas como essa ampliam a mobilidade social, ao mesmo tempo em que geram pertencimento e autoestima.
A estratégia de Natura e Avon é clara: colocar as consultoras no centro de um processo de digitalização que conecta relações pessoais ao potencial das redes sociais. Não se trata apenas de vender batons ou cremes, mas de criar pontes de confiança e autenticidade, fatores decisivos para o consumo contemporâneo. Ao capacitarem essas mulheres em linguagens digitais, edição de vídeos, uso de inteligência artificial e presença em plataformas como TikTok e YouTube, as marcas elevam a atividade da venda direta a um novo patamar: o da economia criativa.
O impacto não se restringe ao mercado da beleza. Ele reverbera na construção de uma economia circular. Ao incentivar a profissionalização das consultoras como influenciadoras, Natura e Avon reforçam seus compromissos socioambientais, pois unem a sustentabilidade de seus produtos com a sustentabilidade da renda de quem os distribui. É um ciclo virtuoso: produtos desenvolvidos com responsabilidade ambiental chegam às mãos do consumidor por meio de uma rede de mulheres empoderadas, que multiplicam histórias e transformações.
Outro ponto essencial é a democratização do acesso às ferramentas de empreendedorismo. A nova plataforma “Minha Loja” exemplifica esse caminho: cada consultora passa a ter sua vitrine digital, sem precisar de estoque ou de capital inicial. Essa simplicidade não apenas amplia o alcance de vendas, mas também reduz barreiras de entrada para milhares de mulheres que desejam empreender sem comprometer suas finanças.
Esse tipo de iniciativa demonstra como grandes empresas podem atuar como catalisadoras do desenvolvimento econômico inclusivo. Enquanto muitos negócios ainda enxergam a digitalização apenas como estratégia de eficiência, Natura e Avon a utilizam como mecanismo de transformação social. Ao reconhecerem que suas consultoras são influenciadoras por natureza, as marcas não apenas validam esse papel, mas oferecem as ferramentas necessárias para que esse protagonismo se converta em independência financeira e em novas formas de impacto social.
Em tempos em que se discute tanto a economia verde, a transição justa e o papel das empresas na construção de um futuro sustentável, o programa Criadores da Beleza se torna um exemplo prático de como alinhar negócio, propósito e inovação. Ele mostra que, quando o mercado da beleza se encontra com a economia digital, abre-se um espaço fértil para o empreendedorismo feminino florescer, e, com ele, para o fortalecimento de uma sociedade mais inclusiva, criativa e consciente.
*Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva e MBA em Business Intelligence com experiência de 26 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
