Grupo infantil JYNgle completa seis anos espalhando som, inclusão e cultura entre as crianças
Grupo sergipano de musicalização infantil é liderado pelos educadores Nadja Tatiane e Jovilson Ramos

Com uma proposta que une arte, educação e musicoterapia, o grupo musical infantil sergipano JYNgle completa seis anos de trajetória levando música ao vivo, afeto e diversidade cultural a crianças em escolas, instituições sociais e eventos por todo o estado. Fundado pelos educadores Nadja Tatiane e Jovilson Ramos, o “Tio Jovis”, o grupo surgiu da convivência intensa do casal com o universo infantil, especialmente após o nascimento da filha Yarin.
“Fomos percebendo que nosso nicho era musical, e que a música, combinada com o brincar e com valores educativos, era o que mais tocava as famílias”, conta Nadja. A experiência de Jovis como músico multi-instrumentista e educador, somada à vivência de Nadja como professora, deu origem a um projeto que se consolidou como referência em ações lúdicas, interativas e inclusivas voltadas ao desenvolvimento emocional e cognitivo da infância.
Inicialmente, o casal começou com pequenas apresentações em festas infantis. Mas logo ficou claro que havia um propósito maior ali: levar a musicalização ao vivo para o maior número possível de crianças — com foco no brincar, na escuta sensível e no respeito às diferenças.
Música que acolhe e inclui
As apresentações da JYNgle são recheadas de cantigas de roda, músicas autorais e brincadeiras clássicas como pula-corda, dança da laranja e morto-vivo. Mas o que torna o grupo único é a forma como essas atividades são pensadas para acolher todas as crianças — independentemente de suas habilidades ou condições específicas.
Na tradicional “coelho na toca”, por exemplo, em vez de eliminar quem fica sem lugar, os arcos vão sendo retirados e os pequenos se reagrupam nos que restam. “No final, todo mundo cabe no mesmo bombolê. É uma forma de mostrar que ninguém fica de fora”, explica Nadja. A abordagem valoriza a coletividade e reforça, na prática, o compromisso do grupo com a inclusão.
Esse cuidado também está presente no repertório. Canções conhecidas do cancioneiro infantil ganham novas letras: em vez de ser “teimosa e desobediente”, a aranha de “A Dona Aranha” passa a ser “corajosa e persistente”. “A gente entende que música forma opinião, é uma ferramenta educativa”, completa Nadja.
Arte como ferramenta de cuidado
Outro diferencial do grupo é a incorporação de elementos da musicoterapia, prática reconhecida de promoção à saúde que utiliza sons e ritmos com objetivos terapêuticos. “Crianças com hipersensibilidade auditiva, por exemplo, têm acesso a abafadores durante nossos shows. Também adaptamos os sons e damos espaço para que cada criança se expresse à sua maneira, mesmo que não fale ou cante nos padrões esperados”, destaca Tio Jovis.
Para garantir uma experiência segura e positiva, a equipe da JYNgle conta com pedagogas, estudantes de psicologia e acompanhantes terapêuticos que acompanham as atividades de perto, ampliando o alcance e o acolhimento das ações
Cultura brasileira desde cedo
A valorização da cultura brasileira e nordestina também é um eixo central do trabalho do grupo. O repertório mistura canções autorais com clássicos infantis em ritmos como forró, samba, axé, carimbó e lambada. “Temos muito cuidado com o que cantamos e tocamos. Filtramos tudo com atenção e apresentamos ritmos que ajudam a criança a conhecer a música brasileira desde cedo”, reforça Tio Jovis.
O resultado são apresentações que encantam e ensinam — sempre com a participação ativa das crianças, que cantam, dançam, tocam instrumentos e constroem memórias afetivas através da arte.
Um novo ciclo e o primeiro álbum autoral
Em 2025, a JYNgle inicia um novo ciclo com a produção de seu primeiro álbum e EP, ambos autorais, que trarão faixas inéditas compostas especialmente para o público infantil. “Estamos em estúdio, produzindo músicas que podem ser ouvidas e cantadas por qualquer criança, de qualquer idade, de qualquer religião, de qualquer lugar”, conta Nadja. As canções apostam na diversidade rítmica e no resgate das raízes culturais brasileiras.
Além do álbum, o grupo pretende ampliar parcerias e levar seus espetáculos a outros municípios e estados do Nordeste. Muitas das ações são realizadas com valores sociais ou de forma gratuita, especialmente em escolas públicas e comunidades de maior vulnerabilidade.
Para Nadja e Jovis, fazer arte para a infância é também um ato de responsabilidade. “É sobre permitir que todas as crianças experimentem a música, vivam a arte e se sintam parte. É levar a arte mesmo. É transformar infâncias com afeto e sensibilidade”, conclui Nadja.
Saiba mais
Para acompanhar a JYNgle, conferir os bastidores do novo álbum e ficar por dentro das próximas apresentações, basta seguir o grupo nas redes sociais: @jyngle no Instagram, @jyngle_ no TikTok e no canal do YouTube youtube.com/@JYNgle-musicalidade. No Spotify, é só procurar por JYNgle para ouvir as faixas autorais assim que forem lançadas. Por lá, tem música, brincadeira e muito conteúdo feito com afeto para todas as infâncias.