Produção pecuária de Sergipe avança e impulsiona alta histórica no mercado de seguros rurais
O desempenho da pecuária sergipana em 2025 consolidou o estado como um dos polos de maior expansão no Nordeste e elevou o mercado segurador local a um patamar inédito. A arrecadação do setor chegou a R$ 2,5 bilhões, um crescimento de 90,3% em relação ao período anterior, acompanhando a escalada da produção de leite e a ampliação do rebanho bovino. Os dados são da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
No primeiro trimestre, a produção de leite do estado aumentou 22,6%, saindo de 107,8 para 132,2 milhões de litros, colocando Sergipe na liderança do crescimento leiteiro no Nordeste. Três municípios da região: Poço Redondo, Porto da Folha e Canindé do São Francisco, figuram entre os 20 maiores produtores do país e respondem, juntos, por cerca de 50% da produção estadual, segundo dados oficiais do Governo de Sergipe e da Secretaria de Agricultura.
O avanço também é sustentado pelo crescimento do rebanho bovino, que totalizou 1,35 milhão de cabeças, alta de 4,21% em 2024. Essa expansão é resultado direto do aumento dos investimentos produtivos. Somente o Banese destinou R$ 279 milhões ao Plano Safra 2024/2025 para apoiar agricultores e pecuaristas, enquanto programas como o Mão Amiga Bacia Leiteira beneficiaram mais de 3 mil produtores com auxílio direto. Iniciativas de crédito rural, como o Agroamigo, do Banco do Nordeste, também ampliaram o acesso ao financiamento para pequenas e médias propriedades.
Infraestrutura hídrica é outro fator decisivo. A Adutora do Leite, uma das principais obras estruturantes do estado, permitirá projeções superiores a 296 milhões de litros por ano em municípios do alto sertão, garantindo regularidade hídrica e ampliando a sustentabilidade da atividade leiteira. Em paralelo, tecnologias de melhoramento genético e assistência técnica qualificada elevam a produtividade: há propriedades que registram vacas produzindo mais de 100 litros por dia, segundo dados da Emdagro.
Esse ambiente favorável tem reflexo direto no mercado segurador. A demanda por proteção específica para a pecuária cresceu de maneira significativa, de acordo com a CNseg. O seguro pecuário registrou aumento superior a 650% na arrecadação no primeiro trimestre de 2025, alinhado ao movimento nacional de fortalecimento da gestão de riscos no campo, especialmente frente a eventos climáticos extremos e desafios sanitários. Cybele Neumann, representante do Sindicato das Seguradoras da Bahia, Sergipe e Tocantins- SindSeg BA/SE/TO, destaca que a profissionalização da atividade tem levado produtores a buscar soluções mais robustas de proteção financeira.
Para Cybele, a expansão da atividade pecuária e a maior adesão ao seguro refletem um estágio de maturidade do setor. “O seguro rural é uma ferramenta essencial para a estabilidade econômica do produtor, garantindo capacidade de recuperação em cenários adversos e estimulando investimentos contínuos em tecnologia e competitividade”, concluiu.