Oficinas com o uso do secador solar ampliam as possibilidades de consumo e venda para as mulheres do projeto Rede Solidária
Técnicas simples, acessíveis e sustentáveis. Essa é a descrição das oficinas com o uso do secador solar feita pelas mulheres do projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, uma iniciativa da Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), com o apoio da Petrobras e da Universidade Federal de Sergipe (UFS). As oficinas são realizadas nas comunidades que demandaram a atividade, onde as mulheres fazem a desidratação de frutas, com o objetivo de capacitá-las para conservar alimentos, usando tanto o secador solar quanto o elétrico.
De acordo com a instrutora Cláudia Leão, os encontros com as mulheres têm mostrado como é possível aproveitar os excedentes da produção local, evitar o desperdício e ainda fortalecer a autonomia alimentar e nutricional das famílias. “Levar essa atividade até os territórios é fundamental porque aproxima o conhecimento da realidade de cada mulher, valoriza os saberes locais e fortalece o protagonismo das mulheres. Muitas participantes se encantam com o sabor natural das frutas desidratadas principalmente como opção saudável para as crianças, além de se interessarem muito pelo secador solar, que é simples de usar e perfeito para o nosso clima”, explicou Cláudia.
Algumas mulheres tiveram contato pela primeira vez com o secador solar, como é o caso de Geane Maria Guedes da Conceição, da comunidade de Mundéu da Onça, município de Neópolis. “Eu gostei bastante da experiência, pois aqui a gente acaba desperdiçando algumas frutas por conta da fartura que temos e não nos damos conta de tanta fruta, acaba amadurecendo rápido e a gente acaba perdendo. Quando eu vi o secador solar, eu vi que dá para a gente aproveitar bastante as frutas, a gente coloca para secar, guarda e vai utilizando no dia a dia na nossa alimentação”, disse.
Já para a catadora de mangaba Katiane de Jesus, do povoado Manoel Dias, em Estância, a experiência é antiga e continua sendo utilizada nos preparos da Associação das Catadoras de Mangaba de Manoel Dias (Ascamade), a exemplo da geleia de mangaba desidratada, que utiliza 50% a menos de açúcar e mantém o sabor delicioso da fruta, bem como a consistência adequada da geléia.
“O secador é uma experiência maravilhosa. A gente trabalhar usando a natureza, o sol, sempre a nosso favor, é maravilhoso. Nós trabalhamos com a geleia desidratada, que é uma experiência diferente porque nós estamos acostumados com a geleia tradicional, e a desidratada, além de ter 50% a menos de açúcar, o sabor é diferente da geleia tradicional e em textura também”.
Para a coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, as oficinas do projeto são pensadas e desenvolvidas para além de ensinar uma técnica. “Quando pensamos as oficinas do projeto, pensamos em abrir portas para novas ideias de geração de renda, fortalecimento comunitário e reconhecimento das potencialidades que já existem nos territórios a partir dos saberes das mulheres e a oficina com o uso do secador solar é um exemplo de êxito nos territórios, pois já aconteceu em outro momento e as mulheres seguiram demandando em outros espaços por perceber que é uma atividade com muito potencial”, concluiu.