Delegacia de Glória atinge superlotação de mais de 600%

Em um cenário de fugas e constantes ataques sofridos por policiais em Sergipe, a Delegacia Regional de Nossa Senhora da Glória tem convivido com uma situação delicada para os profissionais que lá atuam e também para aqueles que se encontram detidos na unidade. Com 32 presos a mais que a sua capacidade oficial, que deveria ser de apenas 06 pessoas, a delegacia foi objeto de denúncia na Rádio Xodó FM durante a tarde desta quarta (07). Durante a reportagem, a emissora obteve acesso a imagens onde é possível verificar as condições insalubres em que os detentos têm sido inseridos nas dependências da delegacia, as quais possuem dimensões de apenas 2×80 e 3×30.

De acordo com o Delegado Regional Jorge Eduardo, responsável pela Depol de Glória, essa situação persiste há algum tempo e existe uma preocupação constante com possíveis fugas, rebeliões e com a saúde dos detentos “Antes já havia lotação, mas em uma quantidade menor. Agora temos um índice de mais de 600% que praticamente paralisa o trabalho da polícia civil”, declarou Jorge Eduardo. Em entrevista à rádio, Jorge salientou que o problema não tem sido exclusivo de Nossa Senhora da Glória. Segundo ele, a polícia civil de Sergipe vem sendo prejudicada em diversas regiões por conta deste fator, o qual classificou como desestimulante para o exercício das funções dos agentes.

Conforme o delegado, na Delegacia de Glória estão detidos homens provenientes de delegacias da região que não possuem carceragem, a exemplo de Feira Nova, Graccho Cardoso, Cumbe e Nossa Senhora das Dores, além de outros que são transferidos de Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha, Nossa Senhora de Lourdes, Gararu e Canindé de São Francisco para a delegacia regional.

A reclamação foi alvo de um ofício protocolado em nome da delegacia pedindo providências urgentes à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE). De acordo com o assessor de comunicação do órgão, Renato Nogueira, o problema não é exclusivo da Secretaria de Segurança Pública, mas esta tem buscado um constante diálogo entre a SSP e a Secretaria de Estado da Justiça (SEJUC) afim de resolver as situações de Glória e de outras regiões.

Mesmo indicando a iniciativa das duas secretarias, Renato declarou que ainda não há uma previsão para resolução da questão, haja vista que a Sejuc também tem sofrido dificuldades com as superlotações dos presídios sergipanos.