Aracaju (SE), 26 de setembro de 2025
POR: José Lima Santana
Fonte: José Lima Santana
Em: 26/09/2025 às 09:50
Pub.: 26 de setembro de 2025

Brincar de faz de conta: a PEC da blindagem :: Por José Lima Santana

José Lima Santana*

José Lima Santana (Imagem: Arquivo Pessoal/José Lima Santana)

Vamos brincar de “faz de conta”? Vamos fazer de conta que estamos em um país sério, no qual os legisladores legislam com seriedade, sempre atentos às necessidades do povo e do país. Nesse caso, colocaram em pauta uma proposta de emenda constitucional – uma PEC – para blindar os parlamentares em suas sem-vergonhices. Sim, em seus atos imorais, ilegais e insanos. Para isso, nós os elegemos, para que eles possam tripudiar de nós, os eleitores, ou seja, a fração do povo brasileiro que gostaria de, pelo voto, ver o país passado a limpo?

Passado a limpo? Ora, quem disse? Eles, os parlamentares que, por ampla maioria, aprovaram a maldita PEC da Blindagem, querem passar o país a sujo. Sujando o Brasil com suas mãos sujas, com suas mentes doentias, com sua ética arrastada no lamaçal da vergonha. Bandidos! É o que eles são. Com todo o respeito, senão a eles, mas aos seus eleitores, que, com certeza, estão sendo traídos. 

A malsinada trama desses parlamentares visava a atender às suas mediocridades, aos seus desvarios político-administrativos, aos seus incontáveis deslizes, às atrocidades gerenciais de quando, por ventura, estiveram à frente de cargos executivos, eletivos ou comissionados. Ou quando estivessem, um dia.

PEC da Blindagem, ou da Bandidagem. Melhor a última nomenclatura. Por meio dessa malfadada PEC, se passasse no Senado Federal (na última quarta-feira, à unanimidade, a CCJ do Senado rejeitou a porcaria, com o parecer do senador sergipano Alessandro Vieira), qualquer bandido se elegeria parlamentar, e, nesse caso, se tornaria intocável, a não ser que a Casa Legislativa da qual ele viesse a fazer parte, desse a devida autorização, para ser investigado e daí para ser processado. Loucura! Um tapa na cara do povo brasileiro, que já é tão sofrido, por conta das mazelas que o poder público, comandado por muitos larápios (são raras as exceções), lhe faz pesar sobre os ombros, além da exorbitante carga tributária, uma das maiores do mundo. Além da carga tributária pesada, seguem-se a apropriação indevida do erário público, o fundo partidário, as emendas impositivas, e, claro, por aí vai o caminho para os desmandos e as falcatruas. 

Infelizmente, o povo parece extasiado, sem coragem para dar uma resposta dura aos parlamentares que aprovaram, na Câmara Federal, essa bagaceira. Não se trata de uma ação tresloucada, como a de 8 de janeiro de 2023, quando a turba insuflada fez aquele vergonhoso quebra-quebra em Brasília, nas sedes dos três Poderes, porém com propósitos que iriam muito além do que o mero quebra-quebra, propósitos golpistas, dizem alguns. Não! A resposta dura deveria, ao meu ver, partir de duas frentes: uma saída em massa às ruas (já não mais preciso), e, no próximo ano, a derrota nas urnas desse bando de malfeitores, travestidos de parlamentares federais. 

O povo não deve brincar de “faz de conta”. Deve, sim, exigir decência dos seus representantes. Deve, sim, pôr um freio às safadezas dos que receberam os seus votos, para trabalhar pelo povo e pelo país, e não para ludibriar o povo, no mais sórdido proveito deles próprios, os tresloucados que votaram nessa PEC maldita. Aliás, eu li, na internet, que algum internauta denominou essa PEC de “Proposta de Emenda Canalha”. Infelizmente, sugestivo. Era por aí mesmo. Felizmente, a CCJ do Senado a sepultou.

Na verdade, nós do povo é que precisamos nos blindar desses parlamentares que se arvoram no direito, que, diga-se de passagem, eles não têm, de fazer e desfazer o que eles querem e como eles querem. E somente poderemos blindar-nos com a firmeza do nosso voto. Tudo bem, que alguns candidatos se apresentam como lobos em pele de cordeiros. É preciso identificá-los pelo jeito, pelo “cheiro”, pelo modo de falar ou de caminhar, pelo “arriar da mala”, como dizia o governador João Alves Filho. 

*Padre (Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju), advogado, professor da UFS, membro da ASL, da ASLJ, da ASE, da ADL e do IHGSE.


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