Quando a infância é roubada: o impacto no posicionamento da vida adulta:: Por Erenita Sousa
Erenita Sousa*

Você já se sentiu perdida, deslocada ou até mesmo sem saber exatamente qual é o seu lugar na vida?
Muitas vezes, esses sentimentos não surgem do nada. Eles são ecos de uma infância em que algo foi roubado — seja a segurança, o direito de ser criança, ou até mesmo o lugar de pertencimento dentro da família.
Na vida adulta, esse roubo se manifesta em forma de conflitos: relacionamentos que não fluem, carreira sem direção, dificuldade de tomar decisões ou aquela sensação constante de estar sempre lutando por reconhecimento. Mas, no fundo, tudo isso é reflexo de dinâmicas inconscientes que começaram lá atrás, na infância.
A infância como base do pertencimento
Grande parte das crianças inicia a vida dentro do núcleo familiar. Outras, porém, passam por rupturas: são acolhidas em abrigos, adotadas ou inseridas em famílias que não são de origem.
E quando isso acontece?
Como fica a mente da criança que chega?
E como reagem as que já estavam ali, vivendo naquele espaço?
Sob a ótica sistêmica, esse movimento abre espaço para questões profundas de inclusão e exclusão. Quem é recebido pode se sentir um intruso; quem já estava pode viver a experiência de perder lugar. Essas marcas deixam rastros invisíveis, mas poderosos, na constituição do adulto.
O reflexo na vida adulta: busca por posicionamento
Na fase adulta, essa busca por pertencimento e posição pode virar uma batalha silenciosa. Pessoas que viveram dinâmicas de exclusão na infância tendem a carregar sentimentos de:
- não saber exatamente onde se encaixam;
- buscar reconhecimento de forma incessante;
- sentir-se invisíveis ou não valorizadas;
- repetir padrões de exclusão em relacionamentos e no trabalho.
Todos nós queremos pertencer. Mas quando o sistema familiar não reconhece plenamente todos os membros, cria-se um desequilíbrio que repercute em como nos relacionamos com o mundo.
Posicionamento: a chave para transformar a dor em força
Encontrar o verdadeiro lugar é mais do que uma questão de carreira ou de status social. É um movimento interno, que começa quando você reconhece sua história, olha para as exclusões e dá voz à sua criança interior.
Esse processo não é fácil, porque mexe com feridas antigas. Mas é possível — e necessário — para quem deseja viver com clareza, equilíbrio emocional e força de posicionamento.
A busca terapêutica oferece esse caminho. Ela permite que você compreenda como as dinâmicas familiares afetaram sua visão de mundo, que reconheça os espaços de dor, e que finalmente assuma seu lugar, sem precisar competir ou mendigar reconhecimento.
Um convite à consciência
Se você sente que algo em sua vida não se encaixa — no pessoal ou no profissional — talvez seja hora de olhar para trás e perguntar:
- O que a minha criança interior não recebeu e ainda grita dentro de mim?
- Será que o que vivo hoje é reflexo de um lugar que me foi negado?
A boa notícia é que o reposicionamento é possível.
Com consciência e apoio, você pode transformar a dor da exclusão em força, e a sensação de perda em um ponto de partida para uma vida de verdade, pertencimento e sentido.
Porque posicionamento não é sobre provar algo para o mundo, mas sobre reconhecer o seu lugar dentro de si mesma.
Com escuta e clareza,
Erenita Sousa
*Psicanalista, mentora e consteladora sistêmica familiar e empresarial.
Atua no campo terapêutico e empresarial com foco em desenvolvimento humano, posicionamento interno e relações saudáveis no trabalho e na vida.
Instagram: @erenita_sousa
WhatsApp: +55 (79) 99961-5636
Negócios com sentido. Relações com verdade.