"Se foi difícil pra mim, será pra você": o peso invisível da herança emocional :: Por Erenita Sousa
Heranças emocionais silenciosas que travam seu presente, descubra como romper com consciência e leveza
Erenita Sousa*

Nem sempre o que ouvimos dos nossos pais é só uma frase. Às vezes, é um padrão. Uma lealdade. Um convite silencioso a continuar carregando o que não é nosso.
"Pra mim também foi assim. Você vai ter que passar por isso, igual a mim."
Quando ouvimos isso, sentimos uma mistura de cobrança e bloqueio. Aquilo que poderia ser uma escuta se transforma numa repetição. E, sem perceber, a dor que não foi elaborada numa geração vai sendo transmitida como se fosse destino. Mas existe uma escolha: a de não carregar mais o que não é seu.
Essa é a base do trabalho terapêutico: olhar com respeito, mas também com responsabilidade. Reconhecer que:
- O que os pais viveram pertence a eles.
- O que você vive hoje pode ter outro rumo.
- Não é desleal romper com a dor, é uma forma de honrá-los de maneira consciente.
No caminho do desenvolvimento humano, aprendemos que o autoconhecimento não é luxo, é cura ancestral. Com um olhar sistêmico e escuta terapêutica, é possível:
- Reconhecer as frases que moldaram seus limites
- Entender onde você ficou preso ao papel de compensador
- Soltar as culpas e pesos que não são seus
- Construir uma nova forma de se relacionar com você e com os outros
Frases como:
- "Você também vai ter que se esforçar até doer."
- "Ninguém nunca me ajudou, então não espere ajuda."
- "Não é justo que pra você seja mais fácil."
...são travas emocionais disfarçadas de conselhos. Elas mantêm filhos presos à dor da linhagem. Mas há um novo caminho possível. E ele começa por um simples passo: consciência.
Se esse tema tocou algo em você, talvez seja hora de olhar para isso com mais cuidado, respeito e apoio.
- Com vínculo, mas sem peso.
- Com verdade, mas sem culpa.
- Com coragem, mas com afeto.
Com carinho,
Erenita Sousa
*Psicanalista, Mentora Sistêmica & Consteladora
55 (79) 99961-5636
erenitapsi@gmail.com