Solidão nem sempre deve ser vista como algo negativo
Para especialista pode ser uma oportunidade de pensar sobre a vida, organizar as coisas ou de um tempo para se curtir.
Em tempos de isolamento social, distanciamento social e quarentena, estamos orientados a nos afastarmos fisicamente de alguns grupos sociais ou até mesmo conviver com a própria companhia, no caso daqueles que moram sozinhos.

Psicóloga Camila Mireli Calaça de Sá (Foto: Assessoria CRP19)
A psicóloga do CAPS III Davi Capistrano, educadora popular em saúde pela FioCruz e terapeuta comunitária em formação pela ABratecom e T.E.A.R. diz ainda que com esse afastamento, algumas pessoas podem interpretar que estão na mais completa solidão. “É importante refletir sobre o nível de significância dado para as relações que experienciamos e vice-versa? Uma das formas de ressignificar a solidão é observar essas relações e o contexto em que ocorrem, desde a qualidade até onde me disponho a ir junto com o outro”.
Para Calaça, nem sempre a solidão deve ser vista como algo negativo, pois pode ser a oportunidade de pensar sobre a vida, organizar as coisas ou de um tempo para se curtir. “Somos uma sociedade que muitas vezes não respeita que tenhamos alguns minutinhos de solidão/solitude. Temos que estar o tempo todo conectados ou interagindo, mas isso não representa vínculos fortes e expressivos. Devemos estar atentos para o quanto essa atitude pode nos prejudicar em termos sociais, de trabalho e relações afetivas. Nessa quarentena, viva os momentos com você mesmo, permita aproximação, faça novos vínculos, mesmo que por enquanto virtuais, mas dessa vez, observando em qualidade e profundidade”, finaliza.