SES Sergipe alerta que cigarro eletrônico não deve ser alternativa para deixar de fumar
O uso do tabaco em suas diversas formas, cigarro, charuto, cachimbo, rapé, narguilé, charro ou fumo mascado são todas prejudiciais, mesmo sem emitir fumaça.

Coordenadora do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, Lívia Angélica da Silva (Foto: Flávia Pacheco/ SES/SE)
De acordo com dados do Instituto do Câncer (INCA), os produtos de tabaco matam seis em cada dez consumidores e das mortes anuais causadas pelo uso desse produto, 34.999 correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 26.651 por outros cânceres, 23.762 por câncer de pulmão, 17.972 mortes por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia e 10.812 por acidente vascular cerebral (AVC). O tabagismo é considerado, também, uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos. No Brasil, 20% dos fumantes começaram a fumar antes dos 15 anos.
“O que a gente traz para a população é o esclarecimento de que essas outras opções são nocivas também, parar de fumar sempre é a melhor opção. É necessário que as pessoas busquem sair dessa dependência química. Aqueles que se dispõem à mudança dessas práticas ficam mais saudáveis e a melhora é imediata. Eles passam a se sentir melhor, os alimentos ficam mais saborosos, a respiração e a hipertensão arterial melhoram, a diminuição da nicotina na circulação também melhora os batimentos cardíacos, isso só traz benefícios e o monitoramento deve ser constante”, comenta a coordenadora do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, Lívia Angélica da Silva.
Tratamento
De acordo com Lívia, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para quem quer parar de fumar de forma segura desde 2005. O programa de tratamento do tabagismo existe no SUS e, dos 75 municípios sergipanos, 60 já estão estruturados para atender à população com equipes muito profissionais que, após avaliação clínica, indicam o esquema terapêutico adequado para cada paciente, ofertando adesivos, goma de mascar, medicação antidepressiva, de acordo com a necessidade de cada um, assim como as sessões de grupo tendo como base a abordagem cognitiva comportamental.
“É importante também, que todo profissional de saúde, na consulta de rotina, aborde o paciente sobre essa questão, porque pesquisas mostram que pode motivar para a cessação, pois ele se sente visto e apoiado. Essas abordagens simples têm excelentes resultados uma vez que abre espaço à reflexão. A escolha é sempre da pessoa, mas, os profissionais podem fomentar isso”, reforça a coordenadora.
Narguilé e Cigarro Eletrônico
Conforme salienta o Inca, não existem produtos derivados do tabaco que não causem danos à saúde. O narguilé, por exemplo, também conhecido como cachimbo d´agua, é extremamente nocivo. Uma seção de narguilé corresponde à exposição aos componentes tóxicos presentes na fumaça de, aproximadamente, 100 cigarros. Já o cigarro eletrônico, muitas vezes usado por quem quer parar de fumar, também possui nicotina, além de outras substâncias tóxicas, e causa dependência.
O cigarro eletrônico não é tratamento para deixar de fumar. Ele aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma, além de possuir, em sua composição, substâncias que podem ser cancerígenas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inclusive, proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).
“A indústria do tabaco está atenta na elaboração de estratégias a fim de captar mais fumantes. Por isso, é preciso fortalecer as políticas de saúde existentes objetivando a promoção da saúde da população”, concluiu Lívia.