Notificados à desocupar a Cinelândia, comerciantes entram em desespero e Deputado entra na luta para reverter a situação
A Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), notificou na manhã desta sexta-feira, 19, os comerciantes instalados na faixa de areia da praia da Cinelândia, sobre a necessidade de retirada de todos os equipamentos e pertences no prazo de 72 horas, causando o desespero de centenas famílias.

Notificados à desocupar a Cinelândia, comerciantes entram em desespero e Deputado entra na luta para reverter a situação (Foto: Assessoria Rodrigo Valadares)
A medida foi tomada a partir de recomendações do Ministério Público Federal (MPF) e da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), que alegam ocupação irregular do local. Em uma tentativa pacífica de diálogo e colaboração às famílias dos trabalhadores, o Deputado Estadual Rodrigo Valadares esteve no local para entender a situação de perto e já tem buscado medidas que possam contribuir, juridicamente, com a permanência da atividade destas pessoas.
“Escutamos bastante o que aconteceu até hoje, vemos que são pessoas guerreiras que colocaram seu dinheiro, seu suor e os seus sonhos nessa praia, para resgatar este importante cartão postal para todos nós sergipanos e, infelizmente, estão sofrendo à mão pesada do Estado, do poder público”, lamentou.
José Menezes, comerciante da praia há 9 anos, teme como irá sustentar sua família, caso não consiga permanecer trabalhando no local. “É muito difícil. Fui notificado que tenho 72 horas para poder sair da área da Cinelândia, em cima da hora, e não temos nenhum recurso para sobreviver, pagar aluguel, despesas de casa, sustentar a família”, disse.
Para os ambulantes, em geral, a notificação foi uma surpresa, pois a prefeitura de Aracaju já havia dado início ao processo de cadastramento daqueles que comercializam no local, além da promessa de regularização, delimitação na área e padronização das barracas, a fim de reorganizar o espaço para atender melhor os frequentadores e turistas, respeitando as condições sanitárias
“Em dezembro tivemos uma reunião na Emsurb a base de promessas, todos assinaram e entraram com os protocolos que eles pediram, porque, até então, fevereiro seria o mês que iriam organizar e do nada, nessa sexta-feira, a gente recebe esse tapa na cara”, esclareceu Tatah Santana.
Entristecido com a situação vivenciada, Rodrigo Valadares questiona até que momento o poder público irá interferir no desenvolvimento econômico e turístico do Estado, ao mesmo tempo em que se coloca ao lado do povo.
“Vamos lutar para que a gente consiga reverter essa decisão. Me coloco ao lado do povo, para que a gente possa, juntos, ter em Aracaju, em Sergipe, um turismo digno, com a ajuda do poder público e não atrapalhando”.