Sarampo: especialista alerta para o risco da doença
Doença, que tinha sido erradicada no país, apresenta surto nas cinco regiões brasileiras. Alguns sintomas se assemelham com o quadro do novo coronavírus.

Sarampo: especialista alerta para o risco da doença (Foto: Assessoria de Imprensa Unit)
A pandemia do novo coronavírus ligou o alerta para os cuidados e a prevenção de diversas outras doenças. O sarampo é uma delas. Muito contagiosa, enfermidade também pode ser transmitida a partir de gotículas de indivíduos doentes ao tossir, espirrar ou até mesmo falar e respirar muito próximo a pessoas que não estejam imunizadas contra o vírus.
O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde indica que o Brasil permanece com surto de sarampo nas cinco regiões. A Norte apresenta cinco estados com surto, a Nordeste seis, a Sudeste e a Sul três unidades federadas e, por fim, a Centro-Oeste com dois estados.
Ainda de acordo com a publicação, entre as semanas epidemiológicas 01 a 17 de 2020, que corresponde ao período de 29 de dezembro de 2019 a 25 de abril de 2020, foram notificados 8.977 casos de sarampo. Desses, 2.919 foram confirmados. Os estados do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina contabilizam o maior número de casos confirmados, totalizando 2.807.
Nessa terça-feira, 19, a Diretoria de Vigilância em Saúde do Estado, apresentou a edição de maio do Informe Epidemiológico do Sarampo. Segundo o levantamento, entre 29 de dezembro de 2019 a 02 de maio de 2020, foram notificados 15 casos suspeitos de sarampo no Estado, oito foram confirmados, quatro estão em investigação e três foram descartados.

Infectologista e professor da Universidade Tiradentes, Matheus Todt (Foto: Assessoria de Imprensa Unit)
“A patologia acomete principalmente as crianças e, em casos graves, que manifesta quadro pulmonar, pode levar ao óbito. Caracteristicamente, a doença apresenta lesões vermelhas no corpo e parece um quadro intenso de gripe. Alguns sinais podem, inclusive, se assemelhar com a Covid-19 pois, o paciente apresenta secreção nasal, espirros e tosse”, acrescenta o médico.
Mas, diferente do novo coronavírus, o sarampo apresenta um importante aliado na prevenção, a vacinação. “A doença tem como ser prevenida. A vacina tríplice viral está disponível há muitos anos, inclusive no Programa Nacional de Imunização. A vacina contempla três vias, sarampo, caxumba e rubéola. Os indivíduos tomam aos doze meses de idade e repete três meses depois”, salienta Todt.
O infectologista chama a atenção para a importância da revacinação do sarampo, recomendada pelo Ministério da Saúde. “As pessoas que estão entre os 20 e 49 anos, há uma necessidade de revacinar. Indivíduos com idade entre 20 e 29 anos devem fazer o reforço com duas doses e acima dessa faixa etária, uma dose de reforço. Essas medidas de revacinação são utilizadas para reativar a imunidade contra o sarampo e evitar que as pessoas adoeçam”, ressalta.
“As pessoas que possuem mais de 50 anos não têm necessidade de revacinação, porque provavelmente, apesar de que muitas delas não tiveram a vacinação na infância, já tiveram contato com o vírus, chamamos de vírus Silvestre. Elas viveram em tempos de sarampo e, com esse contato, estão naturalmente imunizadas. A proximidade com o vírus gera uma imunidade duradoura muito boa”, finaliza o médico.